O Exército identificou os autores e signatários da chamada “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”. De acordo com as investigações, 37 militares assinaram o documento, recebido pelo então ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, na noite de 28 de novembro de 2022. Investigadores da instituição militar apuram a tentativa de golpe e as acusações de envolvimento de membros da corporação.
De acordo com informações publicadas nesta terça-feira (27) pelo jornal O Estado de S.Paulo, 26 militares receberam punições disciplinares, e responderão a um Inquérito Policial Militar. O IPM terá 30 dias, prorrogáveis por mais 30, para ser concluído.
Pelo menos 12 coronéis participaram do plano golpista – coronéis, nove tenentes-coronéis, um major, três tenentes e um sargento. Dois são coronéis da ativa – Anderson Lima de Moura e Alexandre Castilho Bitencourt da Silva, e dois estão na reserva – José Otávio Machado Rezo Cardoso e Carlos Giovani Delevati Pasini, apontou o Estadão.
Em delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou à Polícia Federal (PF) que Bolsonaro teria consultado os três comandantes das Forças Armadas sobre a possibilidade de um golpe de Estado em uma reunião privada, em Brasília (DF), após a derrota nas urnas em 2022.
Em seu governo, o político da extrema-direita tentou passar para a população a mensagem de que o Judiciário atrapalhava a gestão bolsonarista. Ele também defendeu a participação das Forças Armadas na apuração do resultado da eleição presidencial de 2022. Partidos e políticos de oposição denunciaram publicamente a hipótese de um plano golpista.
Em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral condenou Bolsonaro à inelegibilidade por fake news, ao acusar sem provas o sistema eleitoral brasileiro de não ter segurança contra fraudes, durante uma reunião com embaixadores em Brasília (DF) em 2022.
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