A prisão preventiva do general Walter Braga Netto, ocorrida no último sábado (14), está fundamentada em um relatório da Polícia Federal (PF) que aponta sua atuação direta no plano golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo informações divulgadas pelo jornal Estado de S. Paulo, o ex-vice de Jair Bolsonaro teria entregue recursos em uma caixa de vinho para financiar o plano, que incluía ações criminosas e até assassinatos.
De acordo com o relatório da PF, Braga Netto desempenhou um papel central na articulação golpista. O ministro Alexandre de Moraes destacou que há “fortes indícios” de que ele teve uma participação “mais efetiva e de elevada importância do que se sabia anteriormente”. A prisão ocorreu no Rio de Janeiro e foi autorizada com base em evidências de sua ligação com os crimes.
Financiamento em caixa de vinho
Um dos pontos mais graves das acusações é o relato de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que afirmou em delação premiada que Braga Netto entregou dinheiro para a logística do golpe em uma caixa de vinho. O valor teria sido repassado ao major Rafael Martins de Oliveira, preso na Operação Contragolpe, para financiar as despesas da operação golpista, que pretendia assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
“A PF afirma que Braga Netto teria fornecido recursos financeiros de forma direta e pessoal, ratificando sua atuação preponderante na execução dos atos criminosos”, detalha o relatório. Segundo Cid, os recursos vieram de apoiadores do agronegócio, embora a PF ainda investigue os responsáveis pela doação.
Reuniões e planejamento do golpe
Outra acusação importante é que Braga Netto teria organizado uma reunião em sua casa no dia 12 de novembro de 2022, onde foram planejadas ações contra a posse de Lula. Dias antes, no Palácio da Alvorada, o general Mário Fernandes teria elaborado o planejamento operacional chamado “punhal verde e amarelo”, que previa ações violentas para impedir a posse.
Após a reunião, Mauro Cid discutiu detalhes logísticos com o major Rafael Martins, estimando a necessidade de R$ 100 mil para custear o plano. A PF aponta que Braga Netto estava diretamente envolvido na articulação dessas ações e na tentativa de formar uma base de apoio no Rio de Janeiro.
Coação a militares e articulações golpistas
Braga Netto também é acusado de coagir militares para aderirem ao golpe. Entre os alvos estavam o general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, e Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica. Ambos recusaram participar da empreitada. Apenas o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria apoiado os planos.
Em conversas com Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-major do Exército, Braga Netto atacou Freire Gomes, a quem chamou de “cagão”, e sugeriu “oferecer a cabeça” do comandante aos golpistas.
Documentos e tentativa de interferência
Além das ações diretas, Braga Netto é acusado de tentar interferir nas investigações. A PF encontrou em sua mesa documentos relacionados à delação de Mauro Cid, com perguntas e respostas que teriam sido obtidas de forma ilegal. A polícia também localizou um manuscrito que mencionava um plano para impedir que Lula subisse a rampa do Palácio do Planalto, com anotações que incluíam “anulação das eleições” e “substituição de todo o TSE”.
A prisão do general marca mais um capítulo na apuração sobre os atos antidemocráticos que ameaçaram o processo eleitoral de 2022 e a estabilidade institucional do país.
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