Em um marco histórico para a unidade, equipe do Hospital de Câncer do Maranhão realizou uma cirurgia inédita, para tratar um tipo raro de câncer. Executado no mês de abril deste ano, o procedimento cirúrgico fez a retirada (ressecção) total do fêmur e do osso da coxa para remoção de um tipo de tumor que se origina no osso (condrossarcoma) e reconstrução com endoprotese do fêmur total.
Referência oncológica na rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES), o Hospital de Câncer do Maranhão, acompanha o processo de recuperação da paciente Joana Alvino, de 57 anos, diagnosticada com o condrossarcoma – um câncer esporádico e agressivo.
Devido à complexidade, a cirurgia da Joana Alvino durou sete horas, mesmo diante de um pós-operatório delicado, no décimo dia após a intervenção, a paciente voltou a dar os primeiros passos, ainda no hospital. De acordo com a equipe médica, responsável pelo procedimento, o processo de recuperação é longo, pois a paciente precisa reaprender a andar e se movimentar.
Após 16 dias da alta hospitalar, a paciente do município de Joselândia retornou ao hospital, em 25 de maio, para etapa de avaliação e acompanhamento do processo cirúrgico. Recebida pelo coordenador da equipe cirúrgica, o ortopedista especializado em oncologia ortopédica, Paulo Martins anunciou que a paciente estava curada do câncer. O resultado da biopsia feita no material retirado, apontou que todo o tumor foi extraído e pode-se considerar isso uma cura.
Joana Alvino foi às lágrimas com a confirmação da cura do câncer. “Tem gente que chora de tristeza, ne? O meu é de alegria. Foi Deus e o doutor que me curaram. Ele me trouxe até aqui. Eu já sofria há muito tempo com a dor na coxa, e nos últimos meses ela cresceu muito. O primeiro diagnóstico que me deram no meu município foi de hérnia de disco. Depois, me encaminharam para o Hospital Regional de Presidente Dutra, a médica pediu os exames e me mandou para cá, já me explicando que era grave. Eu sou muito grata por tudo e a todos que me ajudaram aqui”, disse.
De acordo com o médico, em função da neoplasia ser altamente agressiva e ter riscos de recidivas, Joana precisará fazer o acompanhamento e controle da doença pelos próximos cinco anos.
“Essa cirurgia é incomum, em São Luís, e na nossa contagem é a quinta. A quimioterapia e ou a radioterapia normalmente não são opções de tratamento, por isso, a necessidade de ressecção total do fêmur e todo osso da coxa. É um tipo de procedimento que frequentemente só é realizado em centros de tratamento oncológico de alta complexidade”, esclareceu o médico Paulo Martins.
Ainda de acordo com o especialista, a outra opção para o caso da paciente, seria a amputação da perna (membro inferior), porém o procedimento foi descartado pela equipe responsável.
Atendimento
O Hospital de Câncer do Maranhão, , localizado na Rua São Pantaleão, bairro Madre Deus (Centro Histórico de São Luís), é considerado referência no atendimento especializado de pacientes oncológicos na rede estadual de saúde. A unidade conta com 119 leitos de internação clínica, cirúrgica e de UTI; Serviço de Pronto Atendimento (SPA); Unidade de cuidados paliativos e o salão de quimioterapia; Centro Ambulatorial de Atenção à Saúde do Paciente Oncológico.
Até abril desse ano, a unidade realizou 1.646 cirurgias; 15.618 atendimentos ambulatoriais; 17.048 atendimentos no Serviço de Apoio Diagnóstico Terapêutico (SADT); 134.532 atendimentos laboratoriais; 3.177 atendimentos na classificação de risco do Serviço de Pronto Atendimento (SPA), além de 1.295 internações.
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