A parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) e a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) está gerando avanços promissores, no apoio a pesquisas com potencial impacto para a melhoria dos processos no Porto do Itaqui.
Voltados a áreas estratégicas, estes estudos podem impactar no desenvolvimento sustentável e econômico do Maranhão. Os projetos, que envolvem temas como geotecnologias, impactos ambientais e inovação tecnológica, auxiliam na transformação do setor portuário, alinhando-se ao Plano Maranhão 2050, macro ação do Governo do Estado, aos Objetivos do Milênio (ODS) e focando na sustentabilidade e crescimento da região. As ações integram o programa Porto do Futuro.
O presidente da Fapema, Nordman Wall, destacou a importância dessa parceria para o desenvolvimento de soluções inovadoras que atendam às necessidades do setor portuário e de logística.
“A Fapema, junto à Emap, tem se empenhado para aproximar a academia das demandas reais do setor produtivo. Iniciativas como o programa Porto do Futuro fomentam a pesquisa e geram um ambiente de desenvolvimento contínuo de novas tecnologias, que é fundamental para o crescimento econômico do Maranhão e para a implementação do Plano Maranhão 2050”, afirmou.
O programa Porto do Futuro surgiu em 2022 como resposta à necessidade de modernização e formação de mão de obra qualificada no Complexo Portuário do Itaqui. A iniciativa reúne diversos programas, como a Residência Portuária em Inovação, o Jovem Tech e o Programa de Apoio à Pesquisa no Porto.
“Em cada um desses programas contamos com o total apoio da Fapema. Juntos, estamos cada vez mais empenhados em apoiar pesquisas que transformam e levam impactos diretos ao nosso estado por meio de avanços, inovação e fortalecimento das nossas cadeias produtivas”, explicou Isa Mary Mendonça, presidente em exercício da Emap (gestora do Porto do Itaqui).
Entre estes estudos estão projetos de forte impacto nos procedimentos portuários, voltados à qualificação de processos, preservação ambiental e de viabilidade social e econômica. Com um foco em inovação, sustentabilidade e desenvolvimento local, os projetos estão abrindo caminho para um futuro mais eficiente, sustentável e próspero para o estado. A colaboração entre a ciência e o setor portuário se faz necessária como ferramenta para o avanço econômico e a preservação ambiental no Maranhão.
Indicadores sustentáveis e ODS
A proposta “Complexo Portuário Verde: Proposta de Indicadores Vinculados aos ODS”, desenvolvida pela doutora em Contabilidade e Finanças pela Universidade de Zaragoza (Espanha) e professora da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), Darliane Ribeiro Cunha, busca integrar indicadores inovadores e diferenciados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovendo a adoção de práticas sustentáveis alinhadas às metas globais de desenvolvimento.
O estudo apresenta gráficos e análises visuais, facilitando a interpretação dos dados e a correlação com os ODS prioritários para o setor portuário. Os ODS, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, abrangem 17 objetivos e 169 metas, abordando desafios globais como mudança climática, desigualdade social e degradação ambiental.
“Nesta condução, o apoio da Fapema foi muito decisivo, pois somou para viabilizar o projeto. Para nós, pesquisadores, é de suma importância que haja investimentos, para que estudos como este, com foco em integrar práticas sustentáveis na expansão do setor portuário possam se desenvolver e contribuir para o desenvolvimento econômico da região”, avalia Darliane Cunha.
Geotecnologia para monitoramento
Com o objetivo de contribuir para a preservação dos recursos hídricos, frente às mudanças climáticas e à biodiversidade, o professor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), Aluísio Júnior, conduz o projeto “Desenvolvimento de Geotecnologias para Monitoramento de Áreas de Preservação Permanente no Município de Grajaú-MA”.
O rio Grajaú integra a bacia hidrográfica do Mearim, que desagua em área do Porto do Itaqui. A proposta é criar um Sistema de Informações Geográficas (SIG), integrado a Banco de Dados Ambiental (BDA) voltado para monitoramento contínuo das Áreas de Preservação Permanente (APPs) da bacia hidrográfica do rio Grajaú, que foram impactadas pelo desmatamento e outros problemas ambientais.
“Utilizaremos geoprocessamento para identificar e caracterizar a rede hidrográfica e a vegetação local, apoiando a gestão ambiental e a restauração das matas ciliares”, explica Aluísio Júnior.
Os resultados alcançados demonstram a importância do monitoramento contínuo das áreas de preservação, dada a dinâmica agressiva na ocupação territorial destes espaços, especialmente protegidos.
“Neste processo a Fapema poderá financiar a implantação do parque tecnológico necessário ao desenvolvimento científico destas geotecnologias. Para o vice-coordenador do projeto, professor de Ciências Biológicas pela Ufma, Adriano Azambuja, o trabalho é relevante para o Maranhão ao priorizar a conservação da biodiversidade.
Proteção no atracamento de embarcações
Os sistemas de defensas são elementos estruturais indispensáveis para a proteção da acostagem de embarcações, com o principal objetivo de absorver a energia de impacto durante a atracação de navios.
Intitulado “Análise Estrutural Computacional de Defensas Marítimas do Porto do Itaqui”, o estudo do doutor em Engenharia Mecânica pela Ufma, Vilson Souza Pereira, analisa o sistema de defensas do Porto do Itaqui. Em especial, os utilizados no berço 99, para estabelecer um padrão de análise de esforços, resistência e seleção desses elementos estruturais.
Durante a pesquisa, foram consideradas diversas especificidades do porto, como condições ambientais, climáticas, variação da maré, tipos de embarcações, frequências de chegada, práticas portuárias de atracação e operações de carregamento e descarregamento.
O estudo também teve como objetivo aplicar um método de seleção para determinar o tipo de defensa mais adequado, bem como as condições de disposição no píer. Ao final do trabalho, foi estabelecido um núcleo de pesquisa e a criação de um laboratório computacional dedicado à análise de Estruturas Portuárias, no curso de Engenharia Mecânica da Ufma.
“Consolidamos a pesquisa como uma importante contribuição para a área de portos e a Fapema teve parte neste processo, com apoio em financiamento, permitindo avançarmos nas análises e conclusões”, evidencia o pesquisador Vilson Pereira.
CONTINUE ACESSADO O PORTAL WWW.EUDESFELIX.COM.BR TAMBÉM PELO FACEBOOK E INSTAGRAM
CONTATO: (98) 981770832
SIGA NOSSA PÁGINA @fatos_dos_municipios_