O partido espanhol Podemos divulgou nota nesta segunda-feira (8) sobre a eleição presidencial no Brasil. Com o título “Democracia ou Ditadura no Brasil. Podemos antes do segundo turno das eleições brasileiras”, a nota diz que “Bolsonaro representa, em cada uma de suas propostas, uma reação radical contra a democracia: apresenta um programa econômico ultra-liberal que aprofunda as reformas empreendidas por Temer e cujas consequências seriam a volta da extrema pobreza de milhões de pessoas.”
Para o partido, “o resultado da eleição é conseqüência de todos estes anos de perseguição e ataque sistemático ao PT e à figura de Lula. São a elite econômica e o establishment brasileiro que colocaram o país nesta situação aprisionando e incapacitando Lula; construindo um julgamento político contra ele repleto de irregularidades, mas muito bem “acompanhado” pelos grandes grupos de mídia; apoiando Temer em seu golpe brando contra Dilma Rousseff e justificando um programa de governo que foi apenas o prelúdio do que promete Bolsonaro. Não podemos nos esquecer destes fatos se queremos julgar com honestidade o que aconteceu ontem, já que sem eles não se entende o cansaço anti-político que os brasileiros expressaram nas urnas”.
O Podemos vê com bons olhos os 29,28% de votos obtidos por Fernando Haddad, candidato, segundo os espanhóis, pouco conhecido até o mês passado, mas que tem perspectivas de crescimento e de aumento de popularidade nas próximas semanas. “No dia 28 de outubro, dia do segundo turno, o Brasil decidirá entre dois modelos radicalmente diferentes de país. Um deles é violento, injusto e de exclusão para as mulheres, pobres, pessoas LGTBQ e oposição política; o outro deve colocar a democracia e a justiça social no centro de seu programa. Embora as circunstâncias sejam complicadas, há esperança”. A nota do Podemos cita a velocidade com que Fernando Haddad alcançou popularidade, a força da mobilização feminista contra Bolsonaro através do movimento #EleNao, a própria rejeição do candidato do PSL entre as mulheres que chega a 51%, o grande apoio que Haddad recebe de Lula e a memória dos governos do PT, especialmente no Nordeste. “Qualquer pessoa que aspira defender a democracia deve apoiar Fernando Haddad no segundo turno”, afirma.