O ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizou que poderá pedir demissão em caso de uma eventual desidratação da reforma da Previdência. “Estamos num sistema (previdenciário) de repartição que quebrou. Faliu antes de a população envelhecer. Vocês querem trazer seus filhos para isso?”, questionou o titular da pasta durante cerimônia de posse do novo presidente do Banco Central (BC). O governo federal estima uma economia de R$ 1,1 trilhão aos cofres públicos em 10 anos com a reforma aprovada, mas o projeto não tem respaldo popular, tendo, por exemplo, como um ponto criticado os 40 anos de contribuição para o cidadão ter direito a uma aposentadoria integral.
“Se der acima de R$ 1 trilhão, eu digo que estamos numa geração de pessoas responsáveis e têm a coragem de assumir o compromisso de libertar filhos e netos de uma maldição previdenciária. Se botarem menos, eu vou dizer assim: ‘Eu vou sair daqui rápido, porque esse pessoal não é confiável. Não ajudam nem os filhos; então, o que será que vão fazer comigo?’”, acrescentou.
Além dos 40 anos de contribuição, consta na proposta a idade mínima de 65 para homens e 62 para mulheres se aposentarem, o que ignora a dupla jornada de trabalho executada por elas e a baixa qualidade de vida nas zonas rurais.
Outro detalhe é a proposta de capitalização, que não foi bem sucedida no Chile, onde a proposta levou aposentados à pobreza. De acordo com este modelo, o trabalhador terá de fazer uma espécie de poupança e abrir uma conta individual para depositar um percentual do salário todos os meses com o objetivo de bancar seus benefícios no futuro