Investigação da Polícia Federal aponta o partido comandado por Michel Temer como beneficiário da propina oriunda de um esquema na liberação de crédito da Caixa para empresários, no qual estão envolvidos Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Temer, e Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara e principal responsável pelo golpe; “Os valores indevidos eram recebidos (…), tendo como destinação o beneficiamento pessoal deles ou do PMDB”, aponta o procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, no relatório sobre a Operação “Cui Bono?” (“A quem beneficia?”), deflagrada nesta sexta-feira 13.
247 – Investigação realizada no âmbito da operação “Cui Bono?” (“A quem beneficia?”), deflagrada nesta sexta-feira 13 pela Polícia Federal, aponta que o PMDB, de cujo comando Michel Temer só se licenciou em abril deste ano, quando assumiu a presidência da República após o golpe contra Dilma Rousseff, era o destino das propinas obtidas em um esquema na Caixa Econômica Federal.
Segundo o Ministério Público Federal e a PF, Geddel Vieira Lima, ex-ministro e ex-braço direito de Temer, e Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, cobravam propina de empresários para liberar crédito no banco. O esquema aconteceu, de acordo com relatório da PF, pelo menos entre 2011 e 2013. Na época, Geddel ocupava o cargo de vice-presidente de Pessoa Jurídica da instituição, e Cunha era deputado.
“Os diálogos não deixam dúvidas de que Geddel Vieira Lima e Eduardo Cunha buscavam contrapartidas indevidas junto às diversas empresas mencionadas ao longo da representação, visando à liberação de créditos que estavam sob a gestão da vice-presidência de Geddel”, escreveu o procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes.
“Os valores indevidos eram recebidos por meio das empresas de Lucio Bolonha Funaro e possivelmente por outros meios que precisam ser aprofundados, tendo como destinação o beneficiamento pessoal deles ou do PMDB”, diz ainda o procurador.