O deputado Waldir Maranhão (PP-MA) passou a semana tratando das suas acomodações no gabinete especial que ocupará pelos próximos dois anos. Ele exigiu o mesmo privilégio concedido a todos os ex-presidentes da Casa: quando deixam o cargo, trocam o gabinete de origem por um mais amplo, com antessalas, salas de reuniões, banheiro exclusivo, mais funcionários que o usual e tratamento vip da administração.
Além disso, a praxe é instalar os ex-presidentes em supergabinetes próximos ao plenário e às comissões, isso porque vossas excelências não podem caminhar até os anexos como os colegas mortais.
Maranhão não se constrangeu em exigir o privilégio, mesmo tendo ocupado interinamente o cargo de presidente da Câmara por apenas dois meses, quando o notório então presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi defenestrado do posto por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Na época, Maranhão era vice-presidente da Casa e exerceu uma desastrosa interinidade. No cargo, em uma de suas decisões mais polêmicas, anulou a sessão que deu andamento ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff – pouco depois, voltou atrás e anulou o próprio despacho. A gestão de Maranhão foi marcada por confusas decisões.
Os ex-presidentes Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Marco Maia (PT-RS) também ocupam gabinetes especiais. Até antes de ser denunciado como beneficiário de um apartamento nos Estados Unidos, fruto de propina, várias vezes por semana Maia oferecia fartos almoços a colegas com técnica de articulação política.