Uma reportagem do Intercept, publicada pelo jornalista Rafael Moro Martins, demonstra que Jair Bolsonaro tinha pleno conhecimento de que algumas de suas despesas pessoais eram pagas também pelo “anjo” Frederick Wassef. “Uma gravação entregue ao Intercept reforça elos antigos entre o advogado Frederick Wassef e Jair Bolsonaro que o entorno presidencial tem feito força para negar. No áudio, o dono da casa em Atibaia onde foi preso o tesoureiro dos Bolsonaro, Fabrício Queiroz, diz ter autorização de Jair para passar a defesa do então presidenciável em duas ações no Supremo Tribunal Federal para as mãos de Arnaldo Faivro Busato Filho”, aponta a reportagem.
Busato é o advogado que, como mostrou o jornal O Globo esta semana, recebeu de Wassef pagamentos que somam R$ 276 mil. Ele admite o pagamento, mas nega que tenha sido por defender Bolsonaro.
A conversa foi gravada em junho de 2017. Nela, Wassef fala a interlocutor que havia sido ´autorizado pelo próprio Bolsonaro a botar um dos feras respeitados da advocacia´ nos casos que tiravam o sono do presidenciável. Tratavam-se de duas ações abertas contra o ex-militar de extrema direita pela deputada Maria do Rosário, do PT gaúcho, no STF. Ela foi à justiça após Bolsonaro afirmar, na Câmara, que ela ´não merecia ser estuprada´ por ser, segundo ele, muito feia. Uma condenação criminal no Supremo poderia abrir margem a pedidos de impugnação da candidatura de Bolsonaro em 2018. Wassef também chama ministros do Supremo de ´bandidos´.