A pesquisadora Margareth Dalcomo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alertou para a falta de coordenação do governo Jair Bolsonaro no gerenciamento da crise do coronavírus e afirmou que a população não deve ser vacinada antes de fevereiro. De acordo com a estudiosa, há seis meses, quando começaram os estudos da fase 3, “era necessário uma coordenação mais harmônica e centralizada do governo federal, mas com a anuência e parceria da comunidade acadêmica”.
“Isso não aconteceu realisticamente, a impressão que nós temos é que antes de fevereiro ninguém deve ser vacinado no Brasil”, disse Margareth em entrevista à CNN Brasil.
A pesquisadora destacou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) “só pode registrar um produto que tenha registro em seu país de origem. “E nenhuma das duas avançadas no Brasil, que são a da Sinovac e da AstraZeneca, têm. Então, elas não poderiam ser utilizadas para vacinar a população brasileira”, complementou.
O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking global de casos de coronavírus (7,4 milhões), atrás de Índia (10,1 milhões) e Estados Unidos (19,2 milhões). O governo brasileiro também registra a segunda maior quantidade de mortes (190 mil) – a primeira é a dos EUA (338 mil).