Aliados de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, afirmam que o parlamentar tem ameaçado dar aval à sequência de um processo de impeachment contra Jair Bolsonaro (sem partido) até o final do seu mandato, que se encerra na próxima segunda-feira (1).
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo ouviu três políticos próximos a Maia, além de outro parlamentar que afirma ter ouvido essa informação do coordenador político do governo, o general Luiz Eduardo Ramos.
Já são mais de 60 pedidos de impeachment engavetados por Maia e o parlamentar sofre pressão de diversas setores da sociedade para dar sequência ao processo.
O presidente da Câmara ligou para Ramos na noite de terça-feira (26) e, em tom duro, reclamou da interferência de Bolsonaro na disputa pela presidência da Câmara, cuja eleição está marcada para segunda-feira.
Ontem, Flávio Bolsonaro usou suas redes sociais para reclamar da postura de Maia e dizer que ele estaria articulando o impeachment de seu pai.
Maia negou ter tratado de impeachment na conversa com Ramos, embora tenha reconhecido que se exaltou, mas há um registro oficial de Maia ameaçando deflagrar o impeachment contra Bolsonaro abertamente, durante reunião da mesa direitora.
Irritado com a fala de uma aliada de Lira, que o acusou de adotar uma atitude ditatorial na Casa, ele respondeu lembrando que Bolsonaro faz da ditadura e disse: “E, se o presidente continuar apoiando vocês nesse clima pesado, ele vai levar um impeachment pela frente, hoje ou amanhã”.
Segundo parlamentares, a possibilidade cada vez mais forte de o DEM sair do bloco de apoio a Baleia e ir para o bloco de Lira tem levado Maia a se irritar com aliados e com o governo.