A volta às aulas presenciais em várias cidades do Brasil em meio ao agravamento da pandemia do coronavírus tem provocado milhares de casos de infecção em estudantes e trabalhadores do ramo da educação, uma vez que não há condições físicas para proteção de todos – como produtos de higiene adequados – nem de organização – pois é impossível garantir o distanciamento social, de acordo com relatos de diversos professores.
Chamam atenção as notícias de mortes de professores em diferentes regiões do Brasil. Uma característica em comum entre eles: são jovens, entre 30 e 45 anos, característica da segunda onda de Covid-19, por conta das novas variantes do vírus. Outra característica da variação da doença é fazer com que os internados ocupem os leitos de UTIs por mais tempo e em condições mais graves.
Nesta quarta-feira (3), a morte de Rodrigo Andrade, de apenas 39 anos, na cidade de Cotia, região metropolitana de São Paulo, despertou a gravidade da negligência do governo do estado de São Paulo, que permite aulas presenciais no pior momento da pandemia. Ele era coordenador na Escola Estadual Prof. Odair Pedroso e trabalhou presencialmente até terça-feira da semana passada (23), quando se afastou devido à doença, segundo informações do sindicato dos professores, Apeoesp.
Outros óbitos
Mas Rodrigo não é o primeiro, nem será o último, já que as escolas continuam abertas em diferentes estados. Na noite do último sábado (27), um professor da mesma faixa de idade – 40 anos – morreu por complicações da Covid em Canoas, Região Metropolitana de Porto Alegre, que passa por um momento dramático de colapso nos sistemas de saúde público e privado, sem vagas em UTIs. Sérgio Roth Pinto era orientador educacional e professor de geografia na Escola Municipal de Educação Básica Camilo Alves, em Esteio, e passou três dias intubado.
A professora Maria Tereza Miguel Couto de Lourenço, ainda mais jovem (32 anos), dava aulas na escola estadual de tempo integral Ministro José de Moura Rezende, em Caçapava (SP), e morreu no dia 20 de fevereiro em decorrência da Covid-19. Já na cidade de Campinas, também interior de São Paulo, a estudante Ana Clara Macedo dos Santos, do 8° Ano, morreu com apenas 13 anos, no dia 25 fevereiro, ao contrair o vírus na Escola Estadual Escritora Rachel de Queiroz. Sua morte está sendo investigada, aguardando novos exames.
O professor de história João Luiz de Souza Rocha morreu aos 42 anos no último dia 16 em Palmas, Tocantins. Ele estava internado desde o dia 29 de janeiro lutando contra a Covid, mas não resistiu. João deixa a esposa e um filho. O professor de filosofia Renê Von Brown Nascimento Machado, de 33 anos, morreu no Hospital de Clínicas em Campina Grande (PB) no dia 24 de janeiro. Sem fazer parte do grupo de risco da doença e sem ter comorbidades, ele passou 20 dias internado em uma UTI. Deixa esposa de 31 anos e um filho de um ano.
CONTINUE ACESSANDO O BLOG eudesfelix.com.br E TAMBEM PELO FACEBOOK