Um eleitor do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso após matar um apoiador de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a facadas. O crime ocorreu na quarta-feira, 7, após uma discussão em Confresa (MT), de acordo com a Polícia Civil. A cidade fica a 1.157 quilômetros da capital Cuiabá. De acordo com a polícia, o autor tentou decapitar a vítima e, após o crime, ainda filmou o corpo.
Apoiador de Bolsonaro, Rafael Silva de Oliveira, 24 anos, ainda tentou decapitar a vítima, Benedito Cardoso dos Santos, de 44 anos. A prisão de Rafael foi em flagrante e convertida em preventiva por decisão judicial. Ele responderá por homicídio duplamente qualificado — por motivo torpe e cruel.
“Intolerância não deve e não será admitida”, escreveu o juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes, da 3.ª Vara de Porto Alegre do Norte, na decisão em que acolheu o pedido da Polícia Civil sobre a detenção.
O delegado Igor Rafael Ferreira de Oliveira, da Delegacia de Polícia Civil de Confresa, afirmou ao Estadão, por telefone, que o crime foi causado por um “debate político”. “A motivação do crime foi um debate político que envolvia os dois candidatos (Bolsonaro e Lula)”, disse. “Não posso afirmar se foi intolerância política, porque o que disponho até agora foi baseado na narrativa do criminoso. Só as investigações podem confirmar”, destacou.
Segundo o delegado, Benedito trabalhava numa fazenda que fornecia lenha para a cerâmica onde Rafael era empregado. Ele estava na propriedade havia cerca de duas semanas cortando lenha para a empresa. Após horas de discussões, Benedito teria acertado um soco no queixo de Rafael por causa de suas opiniões políticas.
Em resposta, ainda de acordo com o delegado, Rafael puxou uma faca e atingiu Benedito nas costas, nos olhos, na testa e no pescoço. “A primeira facada foi nas costas. A vítima caiu. Nesse momento, Rafael desferiu 15 facadas no rosto. Não satisfeito, ele tentou decapitar a vítima com um machado”, afirmou Oliveira.
Rafael foi preso após procurar atendimento médico nos arredores do local do crime. Ele estava com um corte na mão. A equipe do hospital acionou a polícia. O suspeito, então, confessou ter matado Benedito.
O CRIME
Em depoimento, segundo a polícia, o servidor confessou o assassinato alegando que, em dado momento, a discussão ficou acalorada e ambos os envolvidos trocaram socos. Diante das agressões, o rapaz alegou ter “saído de si” e matado o colega de trabalho com golpes de faca no rosto da vítima.
De acordo com o delegado Higo Rafael Ferreira de Oliveira, a polícia foi acionada pela manhã após encontrarem o cadáver. Oliveira tentou fugir, mas foi encontrado e levado à delegacia.
Ainda de acordo com o delegado, após assassinar Santos, Oliveira tentou decapitá-lo com um machado. Efetuou um golpe no pescoço dele, mas não conseguiu concluir o ato.
A Polícia Civil apreendeu o celular de Oliveira e encontrou vídeo e fotos da vítima após assassiná-lo. A Folha tentou entrar em contato com a defesa do agressor, mas não obteve sucesso.
No feriado de 7 de setembro, em Cuiabá, um jovem de 22 anos foi espancado pelo padrasto por ter postado um meme do presidente Bolsonaro num grupo de aplicativo de mensagens da família.
Segundo a polícia, o homem chegou em casa dando socos e chutes no enteado e fazendo ameaças de morte. A mãe do jovem, ainda de acordo com a polícia, afirmou que o marido estava embriagado.
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