Grande base. Saíram só PDT e Republicanos. O União Brasil ficou neutro. O PL fez um acordo com o Weverton [Rocha candidato a governador derrotado], mas não quer ser oposição. Já mandaram recado que na Assembleia vão marchar junto. O pessoal aqui é muito governo, não quer ficar contra. O deputado contra o governo não consegue levar uma ponte, um poço artesiano, apesar de ter emenda impositiva. Eles querem indicar cargos nas diretoria dos hospitais, participar de órgãos do governo no município. A questão do partido é mais para disputar a eleição, não tem essa ideologia, se é esquerda, direita. A sigla não pesa muito, não.
O sr. vai contemplar todos esses partidos no seu secretariado? Os partidos que nos ajudaram a tendência é ocuparem espaço no governo. Qual é a nossa preocupação? É a indicação de um quadro técnico qualificado. O partido que nos ajudou, compôs a nossa base, não tem nenhum problema fazer indicação. Só que tem o crivo da qualificação técnica, o histórico dessa pessoa.
O Maranhão segue sendo um dos estados com piores indicadores sociais do país. Por que isso acontece e onde o governo falhou? Esses índices que a gente tem são do censo de 2010. Assumimos o governo em 2015. Em 2015 e 16, tivemos a maior recessão do país. Em 2021, tivemos a pandemia. Mesmo assim, somos o estado que teve o maior salto positivo no Caged do Nordeste e o quarto do Brasil. Mais de 100 mil empregos formais gerados. No que diz respeito às escolas, fizemos mais de 1.500 obras educacionais, implantação de escolas de tempo integral. O salário de professores temos os melhores do Brasil. Na saúde, construímos 27 hospitais regionais. Criamos a Secretaria de Agricultura Familiar para gerar renda. Quando o novo censo for divulgado, essas ações vão se refletir.
O sr. começou no PFL, depois foi para o PSDB, mudou para o Republicanos, voltou ao PSDB e agora está no PSB. O sr. é um político de esquerda? O meu Brasil é o Maranhão. Preciso defender os interesses do povo maranhense. Eu estou no centro da esquerda. O dia em que me filiei ao PSB foi o dia em que o governador Geraldo Alckmin se filiou. Nesse momento a gente tem que partir para um lado que restabeleça a democracia. O melhor caminho era me filiar ao PSB, era o partido que apresentava a melhor conjuntura. Estamos defendendo a bandeira da esquerda porque entendemos que é o melhor caminho para o Brasil. Não essa direita radical. Quando você vê que essas ideologias se sobrepõem ao partido, você tem que migrar, porque tem que estar num lugar em que você acredita.
O sr. teme pela democracia se o presidente Bolsonaro se reeleger? Pode haver uma guinada autoritária? Durante esse período na Presidência, os gestos dele preocuparam. Enfrentamento ao Congresso, ao Supremo. A gente tem de ter os Poderes de forma harmônica e independente. É isso que é direita? Se for eu estou fora. Não vejo muita pré-disposição de mudança. Até pelo jeito, pelo temperamento. Não vejo ele como um líder de diálogo. A gente tem que desarmar o palanque. Eu me conduzi de modo diferente aqui. Nos debates, não parti para a agressão. Acabou a eleição, o palanque está desmontado. Estou aberto aqui no Palácio dos Leões [sede do governo] para receber qualquer deputado. Receber não significa que terá privilégio. É lógico que nossos apoiadores terão uma atenção diferenciada, mas os que não apoiarem não serão discriminados.
RAIO-X
Carlos Brandão, 64
Graduado em veterinária pela Universidade Estadual do Maranhão, foi secretário de Articulação Política, chefe de gabinete do governador, deputado federal (2014-17) e vice-governador do Maranhão (2015-22). O governador já passou por PFL, PSDB, Republicanos e PSB
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