Com ordens judiciais emitidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na Operação Patmos, a Polícia Federal interceptou pelo menos uma conversa telefônica entre o presidente Michel Temer e seu ex-assessor e homem de confiança, o atual deputado federal Rodrigo Loures (PMDB-PR).Na conversa, Temer conversa com Loures sobre uma expectativa que o deputado federal tinha a respeito de novas regras para o setor de portos.
Outra ligação interceptada ocorreu entre o ministro do STF Gilmar Mendes e o senador Aécio Neves (PSDB).
Segundo o relatório policial sobre essa conversa, ocorrida no dia 26 de abril, Aécio “pediu ao ministro [Mendes] para que telefonasse para o senador Flexa Ribeiro. Neste diálogo, o senador investigado [Aécio] pede que o magistrado converse com Flexa Ribeiro para que este siga a orientação de voto proposta por Aécio”. A referência é a votação do projeto que tratava de “abuso de autoridade” em discussão no Congresso Nacional.Os documentos revelam que os aparelhos telefônicos de Aécio e de Loures estavam sob interceptação judicial –ou seja, os grampos não ocorreram nos telefones de Gilmar Mendes e de Michel Temer.
Relatórios sobre essas ligações constam de documentos liberados por ordem do ministro do STF Edson Fachin nesta sexta-feira (19).