O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) investigará a denúncia de atuação irregular do senador afastado Aécio Neves (PSDB) na construção da Cidade Administrativa. A promotora Elizabeth Villela, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, já havia aberto um inquérito com o objetivo de apurar ilegalidades na obra e incluiua denúncia feita por delatores da Odebrecht sobre o pagamento de propina ao tucano, quando era governador do estado.
O ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedito Júnior disse que pagou R$ 5,2 milhões em propina a Aécio Neves, de acordo com os inquéritos da Operação Lava Jato. A obra teve um orçamento final de R$ 1 bilhão.
Existem dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal para apurar a eventual responsabilidade criminal de Aécio na obra, que devem compartilhado com o MP-MG, que vai apurar suposta prática de improbidade administrativa. A inclusão do parlamentar no inquérito mineiro foi feita após pedido do deputado estadual Rogério Correia (PT), que solicitou o desarquivamento de procedimento investigatório aberto há cerca de sete anos.
Em abril deste ano o Tribunal de Contas do Estado já havia aberto procedimento para investigar as irregularidades, conforme noticiou o jornal Hoje em Dia. O procurador-geral do Ministério Público de Contas, Daniel de Carvalho Guimarães, requisitou ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o compartilhamento de provas relativas a ilegalidades.
Em nota, Aécio informa que “como governador de Minas, jamais manteve qualquer entendimento ou negociação sobre a licitação ou obras da Cidade Administrativa”.
“Nas delações, os ex-executivos da Odebrecht não apresentam elementos sobre ilegalidades por parte do senador. Ao contrário, Marcelo Odebrecht afirmou que nos contatos que manteve com Aécio nunca foi tratada contrapartida ou outro tipo de compromisso com interesses da empresa”, diz o texto.