O ministro Edson Fachin, relator das delações da JBS no Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar nesta sexta-feira o ex-deputado federal e ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), preso em Brasília desde o dia 3 de junho, na esteira das revelações feitas pelo empresário Joesley Batista e outros executivos do Grupo J&F.
Denunciado pela Procuradoria-Geral da República ao lado do presidente Michel Temer (PMDB) pelo crime de corrupção passiva, Rocha Loures foi indicado por Temer a Joesley, em conversa gravada pelo empresário, como homem de “sua mais estrita confiança”, que poderia ajudá-lo em qualquer assunto envolvendo questões do governo, a exemplo da demanda da JBS ao Planalto por ajuda em uma disputa entre a Empresa Produtora de Energia, usina hidrelétrica do Grupo J&F em Cuiabá, e a Petrobras no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Pouco mais de um mês após a conversa entre o presidente e Joesley Batista, Rodrigo Rocha Loures foi flagrado pela Polícia Federal ao sair de uma pizzaria de São Paulo com uma mala à mão, recheada com 500.000 reais. O dinheiro fora entregue pelo diretor de relações institucionais da JBS, Ricardo Saud, também delator. Rocha Loures devolveu o dinheiro no dia 25 de maio.