Presidente do PT desde 2017, Gleisi Hoffmann afastou, nesta quarta-feira (23), as especulações de que deixaria o cargo antes do final de seu mandato. Em entrevista ao g1, a deputada negou qualquer pressão ou convite do presidente Lula (PT) para antecipar sua saída da presidência do partido. “Ele nunca me falou isso. Recebi do presidente a missão de comandar o partido e vou cumprir meu mandato no PT até o final”, garantiu.
As declarações de Gleisi vêm em resposta a rumores que circulam entre aliados e setores do próprio partido, que indicam uma possível saída antecipada da liderança petista, prevista inicialmente para o início de 2025. A deputada, no entanto, atribui essa informação a um “pessoal ansioso demais”. “Eles vão ter que esperar, não tem como ser diferente. Um processo eleitoral de troca da direção é demorado”, afirmou, em referência ao Processo de Eleições Diretas (PED), no qual os filiados escolhem os novos integrantes do diretório nacional.
Debates internos e disputas por sucessão – O debate sobre a sucessão de Gleisi ganhou força após o resultado das eleições municipais de 2024, que não trouxe resultados satisfatórios para o PT em algumas regiões. Essa situação acelerou discussões dentro do partido e intensificou uma disputa entre os membros do PT de São Paulo e do Nordeste, ambos interessados em assumir o comando nacional.
Dois nomes surgem como principais candidatos à sucessão: o prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, e o deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara. Guimarães é o único que já integra o diretório nacional, o que pode ser uma vantagem. Por outro lado, Edinho Silva, mesmo após a derrota de sua candidata à sucessão na prefeitura de Araraquara, continua sendo o favorito de Lula, segundo aliados.
Edinho tem um perfil conciliador e seria capaz de arejar o partido, estabelecendo pontes com setores mais conservadores da política e da sociedade, afirmam apoiadores do prefeito paulista. Já os defensores de Guimarães destacam o peso da região Nordeste, a principal base de votos do PT nos últimos anos. Além disso, argumentam que o PT de São Paulo já tem uma presença forte no Congresso e no governo Lula, contrastando com o fraco desempenho eleitoral no estado.
Gleisi busca unidade interna – Com a aproximação do fim de seu mandato, Gleisi Hoffmann sinalizou que seu foco é evitar que as disputas internas fragilizem o PT, num momento em que o partido tenta se reorganizar após os resultados das eleições. “Ambos têm legitimidade para pleitear a presidência, seja pelos resultados que o partido conseguiu no Nordeste, seja pela experiência do PT de São Paulo. Precisamos criar uma unidade nesse processo”, afirmou Gleisi, reforçando a importância da coesão partidária.
A Executiva Nacional do PT já se prepara para realizar uma análise dos resultados eleitorais na próxima segunda-feira, e em dezembro o partido promoverá um seminário de três dias em Brasília para discutir o futuro da legenda e organizar a eleição da nova direção.
Possível reforma ministerial e o futuro de Gleisi – Nos bastidores, aliados de Lula cogitam uma possível reforma ministerial no início de 2025, com o objetivo de reorganizar o governo para a segunda metade do mandato e construir alianças de olho nas eleições de 2026. O nome de Gleisi é frequentemente citado para assumir uma pasta importante, como a Secretaria-Geral da Presidência. Contudo, a deputada nega qualquer intenção de se tornar ministra. “O presidente Lula nunca falou comigo sobre isso, não tenho pretensão de ser ministra”, declarou Gleisi, rechaçando as especulações.
Com um mandato marcado pela longevidade e pela condução do PT em momentos decisivos, Gleisi Hoffmann segue como figura central na política nacional, enquanto seu partido se prepara para uma nova fase de transição e renovação. Brasil247
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