A segunda geração do Chevrolet Onix, em 2019, trouxe uma nova família de motores para o mercado brasileiro. Chamada de CSS Prime, são motores 3-cilindros, aspirado e turbo, que colocaram em maior volume no mercado brasileiro uma tecnologia até então pouco explorada pelas montadoras: a correia de sincronismo banhada a óleo.
Não é incomum encontrar na internet, seja em grupos ou em redes sociais, reclamações de donos que tiveram falhas em seus motores após a quebra da correia, o que levou a necessidade de uma retifica completa. Em apuração com especialistas, constatamos que o problema pode estar na própria má utilização e problemas na manutenção preventiva, já que a maioria desses casos registrados foram causados por economias.
GM não é a única a utilizar correia banhada a óleo
Além da Chevrolet, outras marcas que apostaram no sistema de correias banhadas a óleo foram a Peugeot e a Citroen, com o motor 1.2 Puretech, utilizado nos compactos 208 e C3 de segunda geração; e a Ford, que estreou o sistema ainda na terceira geração do Ka, em 2014, no motor 1.0 de três cilindros. Outros modelos da marca americana que contam o sistema são o Ecosport 1.5 com motor Dragon, o Fiesta 1.0 Ecoboost, e as Ford Ranger 2.0 Turbodiesel da geração atual.
No caso dos compactos franceses, que utilizaram o motor 1.2 por relativamente pouco tempo – foram deixados de lado com a absorção das marcas pela Stellantis – a durabilidade média das correias era de 80 mil km, próxima a de modelos com correia dentada tradicional. Já no caso da Ford, os motores 1.0 tinham durabilidade de até 240.000 km ou 10 anos. Nos 1.5 e na Ranger, a previsão era de 160.000 km.
Falta de manutenção também afeta revenda
Boa parte dos problemas acontecem justamente pelo erro ou falta de manutenção desses carros. Esse tipo de correia pede um lubrificante específico, com aditivos especiais, que acaba sendo ignorado dependendo do uso que o carro tem, principalmente em frotas e locadoras, que procuram a redução do custo no lugar da manutenção correta.
Segundo Cezar Prevoznik, consultor técnico e proprietário da CarPremiumbr, modelos com alta quilometragem, principalmente os provenientes de grandes frotas e de locadoras, sofrem rejeição no mercado de usados, e o motivo é a falta de comprovação de manutenções preventivas em concessionárias, que geralmente são mais custosas – o litro do óleo original do Onix pode chegar a custar mais de R$ 100 reais. Para o consultor, se os preços de manutenção preventiva forem um problema, é melhor buscar outro modelo.
O mesmo é endossado pelo mecânico Daniel Taniguti, dono da oficina Seiko Automotive, em São Paulo, que alerta para os problemas provenientes da qualidade do óleo que donos de Onix vem utilizando, já que a utilização de um fluído de baixa qualidade e com viscosidade errada pode acarretar em danos a longo prazo, ou, nas palavras de Daniel, ”uma morte silenciosa”, que vem aos poucos, e começa a dar pequenos sinais, como pequenos barulhos, já que as correias começam a soltar pequenos fragmentos nos dutos que levam lubrificação para as polias variáveis.
Segundo o mecânico, o projeto é seguro, já que foi estudado pelas marcas e hoje tem garantia maior até mesmo que o carro, que é de 3 anos – no caso do Onix, a Chevrolet aumentou o prazo para até 240.000 km, o que, em teoria, cobriria a vida útil da correia – mas sua dificuldade de manutenção não é muito diferente de uma corrente de comando, sendo tão custoso quanto um modelo equipado com esse tipo de projeto.
GM confia no projeto
Entramos em contato com a engenharia técnica da General Motors do Brasil para entender os motivos por trás da escolha da correia dentada banhada a óleo nos motores da família CSS Prime, que equipam modelos como o Onix, Tracker e Montana. A nossa principal dúvida era o porquê dessa tecnologia, em vez da tradicional corrente de comando ou correia dentada tradicional.
De acordo com Ulisses Cavalcante, Supervisor de Comunicações de Produto na General Motors da América do Sul, a escolha pela correia se deve à sua maior eficiência energética e ao menor peso, já que reduz a massa rotativa do motor, o que contribui para melhor desempenho e economia de combustível.
Ulisses também destacou a importância de utilizar óleos lubrificantes da linha Dexos, que contêm aditivos específicos para as borrachas das correias ACDelco e Dayco presentes nos motores da marca. Ele alertou sobre a compra de óleos falsificados, mesmo quando as embalagens indicam a especificação correta. Dados do Sindilub (Sindicato Interestadual do Comércio de Lubrificantes) apontam que cerca de 10% dos óleos vendidos no Brasil são adulterados, o que pode prejudicar a durabilidade das peças. Por isso, é essencial realizar a troca de lubrificante em locais de confiança e ficar atento a preços muito abaixo da média.
Além disso, para motoristas que enfrentam condições de uso mais severas, como motoristas de aplicativos e representantes comerciais, a recomendação é antecipar as revisões preventivas, realizando-as a cada 5.000 km ou 6 meses. Isso é especialmente importante em condições de uso intenso, ao contrário do intervalo recomendado para uso normal previsto no manual dos veículos, que é de 10.000 km ou 12 meses.
A Chevrolet também realiza ações junto às concessionárias e revendedores para orientar os clientes sobre a manutenção dos motores CSS Prime, incluindo a importância do uso correto do lubrificante e os prazos de revisão. No entanto, em obrigação a Lei nº 13.709, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), a marca não mantém contato contínuo com todos os proprietários, cabendo a cada dono garantir os cuidados adequados com seu veículo.
Crédito: motor1.uol.com.br
CONTINUE ACESSADO O PORTAL WWW.EUDESFELIX.COM.BR TAMBÉM PELO FACEBOOK E INSTAGRAM
CONTATO: (98) 981770832
SIGA NOSSA PÁGINA @fatos_dos_municipios_