A simples especulação de uma aliança entre o prefeito Eduardo Braide e a senadora Eliziane Gama, ambos do PSD, já foi suficiente para acender o sinal de alerta entre apoiadores mais à direita do gestor da capital. A reação foi rápida, barulhenta e escancarou o que muitos dentro do grupo já temiam: uma guinada política que pode custar caro nas urnas.
Eliziane Gama tem histórico conhecido por quem acompanha minimamente a política maranhense. Relatora da CPI da Covid no Senado, foi uma das parlamentares mais críticas ao governo Bolsonaro, com atuação marcada por discursos inflamados e alinhamento ao grupo de Flávio Dino e, mais recentemente, ao governo Lula. Para a base conservadora, ela representa tudo aquilo que se combate.
Nos grupos bolsonaristas e entre apoiadores fiéis de Braide, o sentimento é de frustração. Um dos exemplos mais claros disso foi o fim do grupo de WhatsApp “Tropa Direita Braide 2026”, criado justamente para organizar apoio à possível candidatura do prefeito ao governo do Estado. O encerramento veio após a repercussão da possível aliança com Eliziane, considerada “inimiga da direita” por muitos dos seus integrantes.
E não é só pela atuação parlamentar que Eliziane incomoda. A senadora tem um passado de migrações partidárias que não passam despercebidas. Já esteve no PPS, na Rede Sustentabilidade, no Cidadania e agora no PSD. Para os críticos, essa movimentação revela uma fragilidade ideológica e uma proximidade excessiva com quem estiver no poder. Seu apoio constante ao grupo de Flávio Dino é lembrado como exemplo de falta de independência política.
Apesar de sua presença constante na mídia e do espaço no Senado, Eliziane nunca teve uma base eleitoral forte fora das grandes articulações. Seu desempenho sempre dependeu de acordos de cúpula e palanques influentes, o que levanta dúvidas sobre sua capacidade de atrair o eleitor médio maranhense, sobretudo no interior do estado.
O mal-estar causado nos bastidores mostra que a simples tentativa de costurar uma aliança entre Braide e Eliziane já provocou desgaste. Mesmo sem confirmação oficial, o estrago já está feito. A base conservadora se movimenta, reage e deixa claro que não está disposta a aceitar esse tipo de composição política sem barulho.
Se a ideia era testar a aceitação da chapa dentro do PSD, a resposta veio rápida — e não agradou.

