A notícia de que “um dos mais graúdos e mais conhecedores dos subterrâneos” do Judiciário pretende revelar os esquemas de corrupção que envolvem juízes, desembargadores e ministros promete agitar estas últimas horas de 2017. A informação saiu na coluna Jânio de Freitas da Folha de São Paulo de hoje, na Folha, logo repercutida pelo Tijolaço, de Fernando Brito. Para ele, esse personagem é Eduardo Cunha. Leia um trecho da reportagem:
“A crítica de que o Judiciário não recebeu as atenções da Lava Jato cresceu desde que o poder político do Estado do Rio se tornou alvo. Pois agora, um dos mais graúdos e mais conhecedores dos subterrâneos do seu meio, preso sem esperar complacências, revelou a amigos a disposição de abrir a cortina do Judiciário. Iniciativa que criaria na Lava Jato uma etapa diferente de tudo o que houve até aqui. A sensibilidade do Judiciário é muito maior que a dos demais poderes, não sendo necessário grande número de acusações para irradiar uma crise. Além disso, cada figura atingida, com veracidade ou não, como é do método da Lava Jato, em princípio desfruta das condições materiais para mover seus interesses em tribunais, quer dizer, é sempre alguém de notoriedade. O que inclui Brasília.”
Não faz sentido imaginar o Judiciário imaculado num país em a corrupção virou regra. As arquivos da Odebrecht, mantidos sob sigilo por Moro, podem contar parte desse enredo.
Eduardo Cunha também deve ter informação, mas, como se sabe, Cunha ameaça atirar fogo no circo para conseguir algumas vantagens do dono.