Julgamento do ex-presidente está marcado para o dia 24 de janeiro e clima de tensão toma conta.
No próximo dia 24 de janeiro, o ex-presidente Lula será julgado pelos desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Na primeira instância, o petista, que quer concorrer à Presidência da República em 2018, foi condenado pelo juiz federal Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva no caso do tríplex do Guarujá.
Presidente do TRF-4 recebeu petistas
O desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, presidente do TRF-4, recebeu uma delegação de petistas que foram a Porto Alegre entregar uma carta com críticas ao próprio Thompson Flores e a o juiz federal Sergio Moro.
O documento assinado pelos petistas não cita o presidente do TRF-4 nominalmente, mas afirmam que os elogios recentes a Moro “lançam preocupação sobre o caráter do julgamento”.
O manifesto prova aquilo que todos sabem: Sergio Moro é o grande inimigo do Partido dos Trabalhadores (PT). Integrantes da legenda não conseguem engolir a condenação proferida pelo juiz federal a Lula, que é visto quase como um “deus” dentro do PT.
Ameaças
De acordo com o presidente do TRF-4, juízes estão recebendo ameaças por conta do julgamento de Lula e alguns deles optaram por mandar suas famílias para fora da cidade.
O julgamento de Lula, marcado para o dia 24 de janeiro, contará com a presença de muitas pessoas na cidade. Thompson Flores relatou que uma pessoa do Mato Grosso ameaçou atacar fisicamente o prédio do tribunal.
Preocupações
Carlos Eduardo Thompson Flores está preocupado com toda a efervescência em torno do julgamento de Lula. Ela já demonstrou sua apreensão à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia, e a também à procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Na semana passada, o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), enviou ofício ao presidente Michel Temer (PMDB) em que solicitava a presença do Exército e da Força Nacional na capital do Rio Grande do Sul no dia do julgamento.
O pedido do prefeito foi encarado pelos petistas como uma forma de intimidação. Movimentos sociais ligados ao partido, como o Movimento Sem Terra, prometem marcar presença em Porto Alegre.
O sonho deles é que Lula seja absolvido. Em caso de condenação, o pré-candidato à Presidência ficaria inelegível e impedido de concorrer nas eleições de outubro. Os petistas afirma que eleição sem Lula é fraude.