Jair Bolsonaro atacou nesta sexta-feira o Supremo Tribunal Federal (STF) por ter equiparado a homofobia ao crime de racismo. Além disso, indicou que poderá nomear um evangélico fundamentalista para a corte. Foi num evento da Assembleia de Deus Ministério Madureira, em Goiânia. Ele acusou o STF de estar “legislando” ao julgar a criminalização da homofobia – o tribunal definiu-se pela equiparação da homofobia ao racismo no dia 23 deste mês. Bolsonaro é conhecido por suas declarações tanto racistas como homofóbicas.
Sob intensos aplausos dos pastores, Bolsonaro deixou claro que presente submeter o STF à agenda fundamentalista: “O Supremo Tribunal Federal agora está discutindo se homofobia pode ser tipificado como racismo. Desculpe aqui o Supremo Tribunal Federal, que eu respeito e jamais atacaria o outro poder, mas, pelo que me parece, estão legislando […]. O estado é laico, mas eu sou cristão”.
As ações analisadas pelo Supremo e que já têm voto da maioria dos ministro enquadram como crime de homofobia as ofensas, individuais e coletivas, homicídios, agressões e discriminações motivadas pela orientação sexual e/ou identidade de gênero, real ou suposta, da vítima. Os ministros que já votaram de acordo com o pedido são: Celso de Mello, Edson Fachi, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux.
No discurso, cercado de pastores -muitos deles advogados- acenou com a nomeação de um fundamentalista para o STF: “Com todo respeito ao Supremo Tribunal Federal, eu pergunto: existe algum, entre os 11 ministros do Supremo, evangélico? Cristão assumido? Não me venha a imprensa dizer que eu quero misturar a Justiça com religião. Todos nós temos uma religião ou não temos. E respeitamos, um tem que respeitar o outro. Será que não está na hora de termos um ministro no Supremo Tribunal Federal evangélico?”.