O executivo Ian Bremmer, presidente e fundador da Eurasia Group, considerada a principal consultoria de risco político do mundo, concedeu entrevista à Deutsche Welle e se disse surpreendido pela postura de Jair Bolsonaro perante o avanço da covid-19, a doença provocada pelo coronavírus, no país. Bremmer afirma que a Eurasia baixou as projeções e expectativas para o Brasil em função do cenário atual. “O presidente de uma nação não pode confrontar a ciência e o bem-estar de seus cidadãos. Além disso, ele está minando a sua própria popularidade e causando divisões dentro da base de apoio à agenda de reformas econômicas no Congresso Nacional, o que pode conduzi-lo ao impeachment. No plano internacional, ele virou motivo de chacota”, afirma.
“Nós rebaixamos nossas projeções e expectativas para o Brasil em função da crise pandêmica. As principais razões são a condução de Bolsonaro, associada ao risco de que não consiga levar adiante a agenda de reformas econômicas e, em vez disso, volte-se para a sua base populista, mais ligada aos temas de segurança. Isso criaria muitas divisões no país. São elementos que abrem espaço para um impeachment após esta crise”, disse Bremmer.