O ex-deputado federal e ex- presidente do PT, José Genoino defendeu, em entrevista no Bom Dia 247, a necessidade de reformas estruturais nas Forças Armadas e no sistema de inteligência do Brasil. Suas declarações vêm após o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros 36 aliados, incluindo ex-ministros e comandantes militares, por tentativa de golpe de Estado e crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Segundo Genoino, o momento exige não apenas punições, mas também mudanças profundas nas instituições. “Além de cobrar a condenação e a prisão dos que tramaram golpes e assassinatos, nós da esquerda temos que defender reformas nas instituições. Todos os episódios envolvem militar no meio”, afirmou.
O ex-deputado destacou a necessidade de reavaliar a doutrina militar e a presença das Forças Armadas na política brasileira. “É fundamental a gente fazer reformulações na doutrina e no papel das Forças Armadas. Tem que haver uma espécie de reparação e um debate democrático sobre a nova doutrina das Forças Armadas”, disse.
Ele também apontou para fragilidades na área de inteligência do país, que, segundo ele, foram exploradas durante o governo anterior. “O Brasil está às cegas na área da inteligência, que foi capturada pela Abin paralela. Essas instituições que foram produzidas na Nova República precisam ser passadas a limpo. O governo deveria acender a luz da organização na área da inteligência também.”
Genoino comentou ainda sobre a importância do indiciamento de figuras militares de alta patente, como os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto. “Pela primeira vez o Brasil vai assistir a uma condenação dos 4 estrelas. Isso dá condições para a gente discutir por que há uma presença tão forte das Forças Armadas na política brasileira.”
O contexto das declarações de Genoino é a conclusão de um relatório de mais de 800 páginas da Polícia Federal, que apontou articulações dentro do governo Bolsonaro para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, incluindo planos de assassinato e desestabilização do processo eleitoral. O caso agora será analisado pelo Ministério Público Federal, que decidirá os próximos passos das investigações. Assista:
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