Revelações recentes da Polícia Federal (PF) trazem à tona detalhes alarmantes sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, que incluíam planos para a captura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O jurista Pedro Serrano reagiu com indignação às descobertas, defendendo que qualquer militar envolvido em ações antidemocráticas deve ser considerado “um traidor da pátria”. “Militar que participa de golpe contra a democracia é um traidor da pátria e da própria farda”, afirmou Serrano, ressaltando que tais atos exigem punições exemplares, incluindo expulsão e processo criminal.
De acordo com informações publicadas pelo UOL, o plano golpista incluía um levantamento minucioso das rotinas de segurança de Lula e Moraes, com detalhes que iam desde os nomes até o armamento dos agentes encarregados de proteger as autoridades. A reportagem, assinada por José Roberto de Toledo e Thais Bilenky, destacou que a intenção era emboscar o presidente e o ministro, possivelmente desencadeando um confronto armado com suas equipes de segurança. “O planejamento do golpe previa, portanto, a abordagem e captura de Lula e de Moraes pelos golpistas. Pelo tipo de informações coletadas por eles, fica evidente que os golpistas se preparavam para a eventualidade de um confronto armado e violento com os seguranças do presidente e do ministro”, detalha a reportagem.
As investigações sugerem que integrantes das Forças Armadas, incluindo militares de operações especiais, apelidados de “caveiras” ou “caveiras pretos”, participaram ativamente do planejamento. Serrano observou que, além do envolvimento direto, os golpistas teriam monitorado ilegalmente autoridades públicas, visando a capturá-las. “A participação de militares na tentativa de golpe parece que foi intensa conforme as últimas notícias”, disse o jurista. Para ele, se os fatos forem confirmados, “todos os militares envolvidos, inclusive os comandantes, devem ser punidos criminalmente além de expulsos das Forças Armadas”.
No dia do ataque, no entanto, tanto Lula quanto Moraes estavam fora de Brasília: o presidente visitava Araraquara, no interior de São Paulo, enquanto o ministro estava em Paris. A ausência das autoridades na capital pode ter frustrado a execução do plano, ainda que os apoiadores tenham invadido e depredado prédios dos Três Poderes, o que deixou claro o nível de organização e a potencial gravidade da ação planejada.
Em resposta às novas descobertas, o ministro Alexandre de Moraes prorrogou o inquérito da PF por mais 60 dias, permitindo que a investigação avance para a identificação de líderes, executores e financiadores da tentativa de golpe. A expectativa é que os resultados sejam apresentados entre o final de dezembro e o início de 2025, com uma possível denúncia que pode incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os implicados. Bolsonaro, de acordo com o UOL, estaria articulando uma anistia no Congresso, mesmo antes de enfrentar possíveis acusações judiciais.
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