O procurador Deltan Dallagnol deve ser punido nesta terça-feira, após receber (e recusar) propostas de “saída honrosa”. “Prestes a ser julgado por seus pares no Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol, recusou propostas de uma saída honrosa. Houve sugestões de promoção de cargo, viagem ao exterior, ideias para afastá-lo do comando da Lava Jato de uma maneira menos traumática.Dallagnol tem respondido que honroso mesmo é continuar defendendo o que acredita”, aponta reportagem de Basilia Rodrigues e Daniela Lima na CNN.
“O julgamento de terça não é sobre qualquer irregularidade que tenha sido apurada na Lava Jato. De todas as reclamações disciplinares contra mim, só duas se tornaram processos administrativos e ambas se referem a opiniões públicas minhas, a críticas a decisões do Supremo e à defesa do voto aberto nas eleições para o Senado. Ou seja, não têm nada a ver com irregularidades em investigações e processos”, disse ele. No entanto, já há maioria no Conselho para punir Dallagnol. Saiba mais a respeito:
Por ter cometido irregularidades na condução da Operação Lava Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol poderá sofrer punição após julgamento desta terça-feira (18) , no Conselho Nacional do Ministério Público.
Três procedimentos envolvendo o chefe da Lava Jato em Curitiba estão pautados para a sessão do CNMP nesta terça-feira, entre eles um pedido de remoção por interesse público.
O procurador chegou a recorrer ao Supremo Tribunal Federal para travar dois deles – ações disciplinares movidas por Renan Calheiros (MDB-AL) e Kátia Abreu (PP-TO) que envolvem publicação nas redes sociais e supostas atitudes de promoção pessoal. O terceiro tem relação com o powerpoint contra Lula.
Às vésperas do julgamento de Deltan, procuradores e promotores lançaram manifesto reagindo à possibilidade de punição e defendendo a “importância das garantias constitucionais da inamovibilidade e da independência funcional para o regular cumprimento das suas relevantes funções em defesa da sociedade”, informa a coluna do Estadão.