Levantamento feito a pedido do Ministério Público Federal (MPF) aponta a existência de contradições na versão do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre os repasses feitos a empresas ligadas a ele pela Gol Linhas Aéreas. As pesquisas realizadas em bancos de dados digitais não encontraram evidências de que as peças que supostamente teriam sido contratadas pela empresa foram veiculadas no site “feemjesus”, conforme alegado pelo parlamentar. A defesa de Cunha, porém, nega a existência de contradições e afirma que as peças foram efetivamente veiculadas. Segundo investigações da Operação Lava Jato, duas empresas ligadas a Cunha teriam recebido cerca de R$ 3 milhões de empresas ligadas aos controladores da Gol.
Ainda segundo a força-tarefa da Lava Jato, o repasse teria sido efetuado na forma de contratos publicitários com as empresas GDAV e Jesus.com, que tinham Cunha dentre os sócios, além de sua mulher, Cláudia Cruz, e os filhos Danielle Cunha e Felipe Cunha. Pouco após os pagamentos serem descobertos, a Gol fechou um acordo de leniência com o MPF onde admitiu ter incorrido na prática de condutas irregulares e se comprometeu a pagar R$ 12 milhões em multas a título de reparação.
Os repasses teriam sido uma espécie de contrapartida pela atuação de Cunha em benefpcios das empresas da família Constantino – controladora da Gol – para reduzir os impostos sobre combustíveis pagos pelas companhias.
Por Eudes Félix