Dez das maiores empresas citadas na Operação Lava Jato cortaram 600 mil vagas de trabalho entre o final de 2013 e dezembro de 2016, de acordo com levantamento do jornal O Estado de S.Paulo publicado neste domingo (23). Além da operação, recessão, queda do preço do petróleo e redução dos gastos do governo estão entre os fatores para o fechamento de postos de trabalho.
As 600 mil vagas cortadas equivalem a 5% do total de pessoas que entraram na fila do desemprego do Brasil entre 2013 e 2016, que foi de 11,2 milhões. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o total de desocupados no país pulou de 1,1 milhão de pessoas em dezembro de 2013 para 12,3 milhões no final do ano passado.
Por ser a maior entre as empresas citadas, a Petrobras lidera o quadro de cortes em termos absolutos. A estatal, aliás, também foi a mais afetada por integrar o setor de óleo e gás, afetado pela redução da cotação de petróleo, que hoje está próxima de US$ 50 o barril. Já as grandes construtoras e incorporadoras tiveram de lidar com o endividamento da população, que deixou de comprar imóveis, e com a conclusão – ou interrupção – de projetos de infraestrutura, diante da deterioração das contas do governo.
Veja o ranking de cortes de vagas nas empresas:
Petrobras: 259,9 mil vagas cortadas (58% do total de postos de trabalho na estatal);
Odebrecht: 95 mil (54% de cortes nos quadros da empresa);
Andrade Gutierrez: 90 mil (43% de cortes);
OAS: 80 mil (67% de cortes);
Camargo Corrêa: 12,5 mil (44% de cortes);
UTC: 20.325 mil (74% de cortes);
Queiroz Galvão: 13 mil (52% de cortes);
Engevix: 17 mil (85% de cortes);
EAS: 3.500 mil (50% de cortes);
Promon: 380 vagas (50% de cortes).