O ex-ministro da Saúde do governo Dilma (2014-2015) Arthur Chioro disse que o Brasil poderá atingir o número de 210 mil mortes em agosto, devido à falta de comando e estratégia no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. “É uma verdadeira tragédia: são 7 mil óbitos por semana e a concentração de óbitos se encontra no Norte e Centro-Oeste”, afirmou Chioro nesta sexta-feira (24), durante uma reunião do Diretório Nacional do PT, realizada por meio da internet. “Estamos sem qualquer plano no governo para enfrentar a pandemia”, destacou.
De acordo com o ex-titular da pasta, “o Brasil mantém tendência de descontrole de crescimento da doença e, desde a semana 21, no início de maio, o patamar de óbitos no país permanece muito alto”, afirmou o ex-ministro. “Faltam medicamentos essenciais para o tratamento, bem como equipamentos médicos, enquanto sobram remédios de eficácia inexistente, como a hidroxicloroquina, cujos estoques estão elevados por conta da opção do presidente Jair Bolsonaro”, ressaltou.
Para ele, “depois de 150 dias de demanda reprimida, há um agravamento das condições clinicas de milhões de brasileiros que precisam de cuidados especiais. Desde março, o povo está sem atendimento médico para controle de outras doenças”.
O ex-ministro também criticou o represamento de recursos destinados ao combate à pandemia por parte do governo Jair Bolsonaro. Dos R$ 38,9 bilhões anunciados há quatro meses, apenas 29,% do orçamento foi executado pelo governo até junho. “Não foram abertos sequer processos de compra para o restante dos recursos”, denunciou.