Uma investigação que tramita sob sigilo judicial revelou um escândalo envolvendo o policial militar Thiago Brasil Arruda (tenente-coronel), que fazia parte da equipe de segurança pessoal do vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão.
De acordo com informações obtidas pelo site do Luís Pablo, as autoridades descobriram que o policial movimentou valores muito acima de sua capacidade financeira, utilizando dinheiro de procedência suspeita para realizar pagamentos em nome e em favor do vice-governador e de seus familiares.
Os relatórios bancários e comunicações financeiras mostram que Thiago Arruda, com renda declarada de aproximadamente R$ 20 mil mensais, movimentou quase R$ 10 milhões em suas contas no intervalo de apenas um ano — entre maio de 2023 e novembro de 2024. Parte desses recursos teria sido utilizada para quitar compromissos financeiros ligados diretamente a Felipe Camarão, conforme dados apurados pela investigação.
Entre as transações detalhadas, consta que em 5 de fevereiro de 2024, Thiago Arruda creditou R$ 77 mil na conta do próprio vice-governador, sem aparente justificativa legal ou contratual.
As autoridades descobriram que, no intervalo de um ano e meio, o policial movimentou cerca de R$ 4,8 milhões, sendo apenas R$ 344 mil compatíveis com seus rendimentos lícitos. A diferença — mais de R$ 4,4 milhões — é tratada pelas autoridades como dinheiro de origem não comprovada.
A apuração também identificou transferências de valores feitas por Thiago Arruda a familiares do vice-governador, entre eles a ex-esposa Márcia Jorge, os ex-sogros Milne e Nizete Jorge, além de Juliana Camarão, irmã de Felipe Camarão, e Carlos Gustavo Camarão, seu irmão.
As transações ocorreram “sem aparente vínculo negocial ou profissional”, o que reforça a suspeita de que o policial atuava como intermediário para movimentar recursos ilícitos.
As movimentações bancários revelam que parte das operações foram realizadas em espécie, com depósitos fracionados e de difícil rastreamento, caracterizando tentativa de ocultar a origem e o destino final do dinheiro.
Em apenas um dia, Thiago Arruda chegou a receber 27 depósitos em espécie, o que os investigadores consideram um indício típico de lavagem de capitais.
Outro ponto que chamou atenção das autoridades foi o repasses de R$ 30 mil feitos por Carlos Gustavo Camarão, irmão do vice-governador, diretamente para a conta do policial. As análises apontam que não há registro de qualquer relação contratual ou comercial entre eles que justificasse tal transação.
As informações levantadas até o momento indicam que os recursos movimentados pelo policial eram repassados, sacados em espécie ou utilizados para pagamentos de despesas vinculadas a Felipe Camarão e seus familiares, o que levou à suspeita de uso de dinheiro irregular para custear gastos privados.
A investigação segue em andamento para aprofundar a origem dos valores e a possível participação de outros envolvidos.
O caso é considerado um dos maiores escândalos envolvendo o vice-governador, e já mobiliza autoridades responsáveis pelo combate a crimes financeiros e à lavagem de dinheiro.
Fonte: Blog do Luis Pablo


































