O período de chuvas acentua a incidência das chamadas doenças hídricas e requer cuidados da população em todas as regiões do estado, especialmente nas áreas afetadas pelas enchentes. Com a observação de algumas medidas e o suporte fornecido pela rede pública de saúde é possível o tratamento e também a prevenção dessas doenças.
A superintendente de Epidemiologia e Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Tayara Pereira, explica que o Maranhão possui uma Sala de Situação de Desastres para monitoramento desses casos e que, por conta das chuvas, as doenças mais associadas a este período são arboviroses, doenças diarreicas agudas, leptospirose, além do ataque de animais peçonhentos, cujos registros também são enquadrados como doenças hídricas.
“Com o trabalho da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde, o Governo do Maranhão vem monitorando todas essas doenças que estão relacionadas ao período chuvoso. Então, a gente está orientando e capacitando os profissionais da saúde e sensibilizando toda a população. As doenças hídricas são doenças de veiculação relacionadas a água e aumentam no período chuvoso”, explica Tayara Pereira.
Os dados da SES mostram que, em relação ao mesmo período do ano passado, houve um aumento de 72% nas principais doenças hídricas. Esse aumento está associado ao volume de chuvas deste ano.
Arboviroses
As arboviroses compreendem as doenças transmitidas por mosquitos, como o Aedes aegypti, sendo os casos de maior incidência nesse período: dengue, zika e chikungunya. Além da limpeza do ambiente para evitar água parada e limpa, que possibilitam a proliferação do mosquito, a superintendente de Epidemiologia e Controle de Doenças da SES, Tayara Pereira, alerta para a ingestão de bastante líquido e a procura de atendimento médico em manifestação de sintomas graves.
“As arboviroses possuem sintomas muito parecidos entre si e também com problemas respiratórios. Por isso, é sempre indicado em casos com sintomas agravados buscar atendimento médico e não se automedicar. Muitas vezes as pessoas não procuram uma unidade de pronto atendimento e acabam se automedicando, isso é muito perigoso e pode mascarar um sinal de gravidade”, explica a superintendente.
Os casos de arboviroses são acompanhados pela Sala de Situação de Desastres da SES, vinculada à Vigilância Epidemiológica. Este ano, as cidades de São Luís, Pedreiras e Bacabal estão com grande registro dos casos de dengue. Em relação à chikungunya, os municípios que tiveram aumento significativo incluem Itinga do Maranhão, Bacabal, Codó, Imperatriz, São José de Ribamar e São Luís. Já em relação à zika, as cidades de Pedreiras e Santa Inês estão com aumento do número de casos.
Doenças diarreicas agudas
Outra doença de grande incidência no período chuvoso compreende as doenças diarreicas agudas, que estão associadas diretamente ao consumo da água. A dica para prevenção dessas doenças é estar atento à higienização dos alimentos consumidos. Para prevenir esses casos, a SES vem fazendo um trabalho de orientação e qualificação dos profissionais de saúde e de sensibilização da população em geral.
“Nós da Secretaria de Estado da Saúde, através da Vigilância Epidemiológica, fazemos a distribuição de hipoclorito de sódio para todos os 217 municípios. Nos 77 municípios que estão sendo monitorados por estarem em situação de desastre, devido às enchentes, fizemos uma distribuição de uma cota extra, com mais de 40 mil hipocloritos de sódio somente nesses municípios”, destaca Tayara Pereira.
Leptospirose
A leptospirose é uma doença causada pelo contato com fezes e urina de roedores, como os ratos. Com o aumento das chuvas, especialmente nos locais onde ocorrem alagamentos ou enchentes, ocorre uma proliferação desta doença. Este ano, no Maranhão, já foram notificados 36 casos, sendo que dez já foram confirmados.
A orientação é evitar o contato com a água suja e se após esse contato forem manifestados sintomas como febre, dor de cabeça, dor muscular, falta de apetite e náuseas ou mesmo vômitos, a pessoa deve procurar um posto de saúde ou uma unidade de pronto atendimento.
Ataques de animais peçonhentos
Por conta das chuvas, aumentam os casos de ataque de animais peçonhentos, que também são enquadrados no monitoramento da Vigilância Epidemiológica como doenças hídricas. Houve um aumento considerável das ocorrências nos municípios de Arame, Cândido Mendes, Zé Doca, Pinheiro, Buriti, São Luís e Vargem Grande.
“O cuidado prioritário é ter atenção nos locais que possuem mata. Em caso de ter um acidente, a pessoa deve procurar um pronto-socorro imediatamente para receber a dose do antídoto, presente em todas as 18 Regionais de Saúde. Aqui em São Luís é disponibilizado no Socorrão I, no Centro. Também está disponível nos hospitais macrorregionais. Além disso, estamos trabalhando na descentralização do atendimento para que o antídoto possa estar disponível nas UPAs”, observa a superintendente Tayara Pereira.
Apoio aos municípios
Uma das principais ações realizadas pelo Governo do Maranhão para prevenção e tratamento das doenças hídricas são capacitações direcionadas aos profissionais de saúde tanto da Atenção Primária quanto das unidades hospitalares. O objetivo das capacitações é para que os profissionais de saúde de todos os 217 municípios estejam preparados para receber e direcionar o tratamento dos pacientes com estas doenças.
“No dia 18 deste mês, fizemos uma qualificação dos profissionais da Atenção Primária, da Vigilância Epidemiológica e das unidades hospitalares. A capacitação foi direcionada para os 77 municípios monitorados e todos participaram e mandaram mais de um profissional, totalizando 120 profissionais, que foram capacitados quanto ao manejo e à conduta em relação a doenças que proliferam no período chuvoso. Com isso, eles estão preparados para essa demanda”, observa Tayara Pereira.
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