“Com o incômodo gerado por declarações de Jair Bolsonaro (PSL) sobre mudanças na reforma da Previdência, o Palácio do Planalto prepara um plano para limitar os comentários do presidente sobre o assunto. A ideia, defendida por integrantes das áreas econômica e militar, é que ele comente em público aspectos sociais ou pouco sensíveis”, informam os jornalistas Thiago Resende e Gustavo Uribe.
“Em café da manhã com jornalistas na quinta-feira, Bolsonaro indicou que a idade mínima na aposentadoria das mulheres pode ser de 60 anos e não 62, como está na reforma”, dizem os repórteres – o que derrubou os mercados financeiros.
O insípido e inodoro líder do governo na Câmara, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), disse hoje ao Estadão que as declarações de Jair Bolsonaro admitindo passar para 60 anos a idade mínima das mulheres e rever os cortes no Benefício de Prestação Continuada (BPC) pago a idosos pobres e a aposentadoria rural apenas sinalizam “a disposição do governo de negociar”.
“O governo vai defender a íntegra do texto neste primeiro momento, sabendo que existem ansiedades, em relação ao BPC, à questão rural e também à idade mínima”, registra o jornal.
Major, com licença, mas como diria o finado Bussunda, “fala sério”…
Não é a toa que parlamentar algum quer negociar com o senhor, capaz de contar historinhas assim, que nem criança acredita. Ou será que alguém acha que pode ser assim: Bolsonaro queria 62 anos, agora quer 60 e amanhã vai querer 62 de novo?
Não lhe falaram quando criança aquela frase de que “palavra de rei não volta atrás”?
Caia na real, Major, isso foi só o começo. Ainda não estão abertas as pressões, as manifestações, as enquetes, tudo o que vai marcar este processo difícil no Congresso.
Agora, se o senhor quiser convencer os seus para que o dito é o não-dito, vai ser pior ainda.
Mas a coisa é pior e reconheço a coragem do Major de contrar a história da carochinha e também ao vice Mourão, que entrou no ritmo do “foi força de expressão”.
Agora, “já era”.
Paulo Guedes pode achar ruim, mas agora o que fizerem para voltar atrás só ficará pior, porque, além de não valer o escrito no projeto original, também não vale o que o presidente fala.