Para o colunista do Uol Reinaldo Azevedo, “alguns militares brasileiros têm um estranho jeito de negar a possibilidade de um golpe de estado: primeiro simulam ofender-se até com a pergunta. Depois, bem… Rola um ‘É bom não abusar’”. O jornalista fez alusão à declaração do ministro general Luiz Eduardo Ramos, que em entrevista para a Veja, negou a possibilidade de golpe, mas completou com um aviso: “não estica a corda”.
Ramos, ao ser questionado sobre um possível golpe militar no País, disse:
“É ultrajante e ofensivo dizer que as Forças Armadas, em particular o Exército, vão dar golpe, que as Forças Armadas vão quebrar o regime democrático. O próprio presidente nunca pregou o golpe. Agora, o outro lado tem de entender também o seguinte: não estica a corda”.
O general ainda falou contra o processo de cassação da chapa Jair Bolsonaro – Hamilton Mourão:
“Não é plausível achar que um julgamento casuístico pode tirar um presidente que foi eleito com 57 milhões de votos”, afirmou. “Acho que não vai acontecer, porque não é pertinente para o momento que estamos vivendo. O Rodrigo Maia (presidente da Câmara) já disse que não tem nenhuma idéia de pôr para votar os pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Se o Congresso, que historicamente já fez dois impeachments, da Dilma e do Collor, não cogita essa possibilidade, é o TSE que vai julgar a chapa irregular? Não é uma hipótese plausível”, completou.
Reinaldo Azevedo reforçou então que “Ramos acena com a hipótese ultrajante do… ‘golpe’, só afastada caso, então, o TSE vote de acordo com a pretensão do governo” e relembra que, caso a chapa seja cassada, acontecerão as “consequências imprevisíveis” ditas pelo general Augusto Heleno. “É evidente que se trata de uma ameaça”, ressaltou.