O candidato à presidência da república Jair Bolsonaro (PSL) tem sido assunto em diversos veículos internacionais de comunicação. Para analistas e líderes políticos, inclusive da extrema direita, o extremismo de Bolsonaro e sua aproximação com os militares pode “transformar o Brasil em uma nova Venezuela”.
Em comentário na rede de TV Fox News, canal conservador que apoia Donald Trump, a diretora de Estudos Latino-Americanos da Universidade Johns Hopkins, Monica de Bolle, disse que o viés militar de um governo Bolsonaro poderia transformar o Brasil em uma Venezuela. “A pessoa que, mais provavelmente, transformará o Brasil na Venezuela é Bolsonaro”, declarou
Mônica disse ainda que o candidato à presidência pelo PSL é conhecido por “seu fluxo constante de comentários depreciativos sobre mulheres, negros, povos indígenas e gays”.
Em entrevista nesta quinta-feira (11/9), até a líder da extrema direita na França, Marine Le Pen, afirmou que Bolsonaro “diz coisas extremamente desagradáveis”. Questionada sobre os excessos de Bolsonaro quando o candidato diz que preferia ver seus filhos mortos em vez de homossexuais e que mulheres grávidas são um fardo para empresas, Marine afirmou: “ele diz coisas extremamente desagradáveis que são intransponíveis na França, são culturas diferentes”, ressaltou.
Harold Trinkunas, especialista em América Latina da Universidade de Stanford, afirmou em entrevista ao jornal britânico The Guardian que “para os brasileiros, a ameaça que Bolsonaro representa para as instituições é mais parecida com Chávez do que a proposta por Haddad. Bolsonaro [que tem repetidamente elogiado ditaduras] é quem fez declarações anti-institucionais durante toda sua carreira, ao invés de Haddad. ”
Já a Revista britânica defensora do liberalismo, The Economist, depois de tratar o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, como uma “ameaça”, em reportagem de capa no mês passado, voltou ao tema nesta quinta-feira (11/9) em dois textos. Para a revista, mais do que um movimento de direita organizado, Bolsonaro comanda uma corrente de opinião autoritária. Segundo a publicação, ele expressa visões extremas ao dizer que a ditadura errou em ‘torturar em vez de matar’ e que quer que a polícia mate mais ‘criminosos’ e libere a posse de armas.