A afirmação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que ele havia prometido uma vaga no Supremo Tribunal Federal (ST) ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, reforçou as denúncias de parcialidade e prêmio por ter condenado o ex-presidente Lula quando Moro era juiz e comandava os processos da Lava Jato em Curitiba.
“Juizeco vendido”, afirmou o deputado Paulo Pimenta (RS), líder do PT na Câmara. “Não é mais especulação. Está confirmado! O próprio Bolsonaro assume que tem compromisso político com Sergio Moro para indicá-lo para o STF como pagamento pela condenação e prisão de Lula”, afrmou o parlamentar por meio de sua página nas redes sociais.
“Essa revelação é uma demonstração de que a ida de Moro para o governo foi parte de um acordo político realizado e que envolveu o processo que condenou o ex-presidente Lula. A cada dia, fica mais claro que aquele foi um processo político movido por diversos interesses”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE), em entrevista ao UOL.
Para deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), a declaração não é nenhuma surpresa, mas cria um complicador para o ministro da Justiça: conseguir apoio para ele ser aprovado como ministro do STF, já que a indicação do presidente precisa passar pelo aval no Senado.
“Uma coisa é prometer a indicação. Outra coisa é o Moro ser, de fato, aprovado pelo Senado. Acho que com essas revelações, é sempre uma situação complicada, ainda mais considerando a falta de articulação política desse governo”, afirmou o parlamentar.