No despacho, o juiz da Lava Jato responde acusações do ex-deputado, nega retaliação e alega estar cumprindo a lei.
O ex-deputado Eduardo Cunha teve negado pedido de liberdade solicitado ao juiz federal Sérgio Moro, à frente dos processos da Operação Lava Jato na primeira instância. No despacho, o magistrado responde acusações de Cunha em artigo publicado nesta quinta-feira (9) no jornal Folha de São Paulo, no qual o ex-presidente da Câmara atribui sua prisão preventiva a uma suposta necessidade de usá-lo como “troféu”.
No texto, Cunha disse que poderá, junto com a família, ser retaliado por Moro pela publicação do artigo, mas frisou que não poderia ficar calado “diante do que acontece”. Em resposta, o magistrado rebate: “A manutenção da preventiva não é retaliação, mas o necessário cumprimento da lei”.
Na quarta-feira (8), ao final de quase três horas de depoimento a Moro, Cunha leu carta de próprio punho em que se defende das acusações e pede a liberdade, alegando questões de saúde – diz que sofre de aneurisma cerebral, “semelhante ao caso da ex-primeira-dama Marisa Letícia” e que o Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde está preso, não oferece condições para lhe dar o tratamento necessário.