O homem mais popular do governo parece estar sendo engolido aos pedaços por Brasília. Sem a proteção do concurso público e dos colegas de corporação, sua vida está cada vez mais difícil.
Tocou o coração o socorro desesperado da Globo. No dia em que o Centrão enfiou-lhe uma faca, retirando do ex-todo-poderoso o COAF – brinquedinho que lhe permitiria fortalecer seu projeto de Estado Policial -, o JN veio com tudo.
É pouco provável que a Globo sozinha reverta a derrota no plenário. O Planalto parece ter lavado as mãos. A carnificina televisiva pode ter o efeito contrário, fortalecendo o espírito de corpo do Congresso.
Rodrigo Maia, o “Botafogo”, apanha sistematicamente calado da Lava Jato. Toffoli, o “advogado do PT”, idem. O Centrão é a escória da política para a República de Curitiba. Eduardo Bolsonaro já deu indicações do que a família pensa do Ministro da Justiça ao atropelá-lo na indicação para um Tribunal Superior. A briga entre os militares e a polícia federal é histórica.
Sustentado apenas pela família Marinho, Sérgio Moro está virando aquele cadáver encontrado numa festa famosa. Será difícil encontrar o autor do crime. Há muitos suspeitos.
Sua próxima batalha será a indicação do PGR. Bolsonaro vai colocar Queiroz nas mãos de um indicado de Moro? Por que deixar seu futuro político sob tutela de um eventual concorrente em 2022?
Se continuar desidratando, o presidente indicará o ex-juiz para uma das vagas no STF? A indicação passará no Senado?
A magistratura contagia o magistrado com a ilusão do poder monocratico. Na solidão de suas sentenças, basta-lhe uma caneta. No caso de Moro, bastava sua assinatura e o acerto com as câmeras da família Marinho.
É improvável que o ex-juiz sobreviva muito tempo no Planalto Central isolado e derrotado. No jogo do poder, “Catitu fora de bando vira comida de onça”.