Informação postada pelo jornalista Ricardo Noblat neste sábado torna ainda mais vergonhosa a permanência de Michel Temer no poder; segundo ele, em grampos interceptados pela Polícia Federal, Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala preso neste sábado, depois de ter recebido R$ 500 mil em propinas da JBS, diz que o dinheiro é de Temer – confirmando o que já foi dito por Ricardo Saud, delator da empresa de alimentos; em entrevista, no entanto, Temer sinaliza que só sairá arrancado da presidência da República; pesquisas apontam que ele é rejeitado por mais de 90% dos brasileiros, mas fará de tudo para continua no poder conquistado por meio de um golpe parlamentar, que arruinou a economia e a imagem do Brasil, visto no mundo como a mais bananeira de todas repúblicas bananeiras que já existiram.
Informação postada pelo jornalista Ricardo Noblat neste sábado torna ainda mais vergonhosa a permanência de Michel Temer no poder.
Segundo ele, em grampos interceptados pela Polícia Federal, Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala preso neste sábado, depois de ter recebido R$ 500 mil em propinas da JBS, diz que o dinheiro é de Temer – confirmando o que já foi dito por Ricardo Saud, delator da empresa de alimentos.
Em entrevista, no entanto, Temer sinaliza que só sairá arrancado da presidência da República (leia aqui).
Pesquisas apontam que Temer é rejeitado por mais de 90% dos brasileiros, mas fará de tudo para continua no poder conquistado por meio de um golpe parlamentar, que arruinou a economia e a imagem do Brasil, visto no mundo como a mais bananeira de todas repúblicas bananeiras que já existiram.
Abaixo, reportagem da Reuters:
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) – O ex-deputado e ex-assessor especial do presidente Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, foi preso na manhã deste sábado por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, relator da operação Lava Jato, informou a Polícia Federal.
O novo pedido de prisão de Loures foi feito pela Procuradoria Geral da República na quinta-feira e aceito por Fachin no final da noite de sexta. O ex-deputado foi preso pouco depois das seis horas da manhã em Brasília.
As informações de que Fachin poderia determinar a prisão preventiva de Loures começaram a surgir ainda na noite de sexta-feira. De acordo com fontes que acompanharam o caso, a PF foi informada na madrugada de sábado e passou a acompanhar a movimentação nos três endereços onde o ex-deputado poderia estar – um em Brasília, outro em São Paulo e um terceiro em Curitiba.
Loures foi encontrado em sua casa no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, e os policiais federais acompanharam a movimentação no local durante a madrugada, fazendo a prisão apenas pela manhã.
No mandado, o ministro do STF pede que a prisão seja feita “com a máxima discrição e com a menor ostensividade”, evitando a exposição pública do ex-deputado. Diz ainda que, por não se tratar de preso perigoso, que se evite o uso de algemas.
Um outro pedido havia sido feito durante a operação causada pela delação dos donos e de executivos da empresa de alimentos JBS mas, como Loures era deputado à época, no lugar de Osmar Serraglio, então ministro da Justiça, o pedido foi negado por Fachin.
Esta semana, Loures – que era primeiro suplente do PMDB do Paraná – perdeu o cargo com a demissão de Serraglio e sua volta para a Câmara. O Planalto chegou a ensaiar a nomeação de um outro peemedebista do Paraná para o ministério em uma tentativa de manter o foro privilegiado de Loures, mas sem sucesso.
Ex-assessor especial da Presidência, Loures também foi assessor de Temer quando este ainda era vice-presidente e, depois, seu chefe de gabinete. Foi acusado pelos executivos da JBS de negociar 15 milhões de reais em propina para tentar influenciar uma disputa no Cade entre a JBS e a Petrobras, e beneficiar a empresa dos irmãos Batista. O caso ainda não foi decidido pelo Cade.
Durante as investigações, Loures, que vinha sendo seguido pela PF depois de ter sido gravado negociando recursos com Joesley Batista, foi filmado recebendo uma mala com 500 mil reais em uma pizzaria em São Paulo. O dinheiro foi devolvido à Polícia Federal na semana passada.
Loures foi preso no início da manhã deste sábado em sua casa em Brasília, levado diretamente ao Instituto Médico Legal para exames e depois para a Superintendência da PF na capital federal. O ex-deputado dever ser transferido para a penitenciária da Papuda, em Brasília, na segunda-feira, depois de depor à Polícia Federal.
O advogado de Loures, Cézar Bitencourt, classificou de “desnecessária” e “descabida” a prisão do ex-deputado.
“Não há mais as mesmas circunstâncias. Ele não é mais parlamentar nem assessor da presidência, não há mais risco de praticar qualquer coisa”, afirmou. “É a velha prisão de antecipação de pena. A prisão para forçar delação, como se faz em Curitiba”.
Havia rumores de que Loures planejava uma delação premiada. Seu ex-advogado, José Luís de Oliveira Lima, chegou a procurar a PGR para verificar quais seriam os benefícios de uma delação, de acordo com informações obtidas pela Reuters. Em seguida, no entanto, o ex-deputado mudou de advogado, contratando Bitencourt, que é contrário ao expediente.
A manobra foi avaliada por alguns membros da PGR como um recado ao Planalto, que admite preocupação com uma delação de Loures, homem muito próximo a Temer.
Bitencourt garante que o ex-deputado não irá fazer delação premiada. “Ele não vai delatar. É a minha orientação e a família está de acordo”, afirmou.
O advogado explica que irá entrar na segunda-feira com um agravo regimental pedindo a liberação de seu cliente, e espera que seja julgado pela segunda turma do STF na terça-feira. Até lá, diz, seu cliente vai ficar calado.
“Ele tinha um depoimento marcado na PF na segunda-feira. Agora ele não vai falar nada. Minha orientação será de que fique em silêncio”, disse.