Robert Serejo Oliveira, réu acusado de estuprar e matar a menina Alanna Ludmilla no dia 1º de novembro de 2017 no bairro do Maiobão, Paço do Lumiar, foi a júri popular nesta terça-feira (10). Ele foi condenado a 43 anos de reclusão em regime fechado pelos crimes de homicídio com a qualificadora de feminicídio, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver contra a criança de 10 anos, filha de sua ex-companheira.
O julgamento iniciou às 8h40 e foi finalizado às 16h30 no Tribunal do Júri de São Luís. Presidido pelo juiz Gilberto de Moura Lima, o julgamento teve o promotor de justiça Frank Teles na acusação e os defensores públicos Pablo Camarço de Oliveira e Melissa Rabelo na defesa. Quatro testemunhas e dois peritos foram ouvidos durante a sessão.
Robert estava preso desde o período do crime e teve sua prisão mantida pelo juiz, ele foi conduzido de volta para o presídio após o julgamento. O caso estava sob responsabilidade da 3º Vara do Termo de Paço do Lumiar e foi distribuído para a 2º Vara do Júri por meio de sorteio mediante o pedido de desaforamento da defesa.
O desaparecimento de Alanna se deu no dia 1º de novembro do ano passado, após a mãe, Jaciane Borges Pereira, ter ido a uma entrevista de emprego. Ao retornar, quatro horas mais tarde, a menina já não estava mais em casa. Dois dias depois (dia 3), Alanna foi encontrada amarrada e morta, enterrada em cova rasa no quintal da casa onde morava com a mãe, encoberta por telhas e entulhos.
Robert Serejo Oliveira, na época com 32 anos, ex-companheiro de Jaciane, era o principal suspeito. Prestou depoimento, mas depois fugiu. No dia seguinte (4) foi encontrado em uma barreira policial, na Estiva (zona rural de São Luís). Na delegacia, Robert confessou ter estuprado, matado e enterrado a criança no quintal da casa dela. Ele já estava com a prisão preventiva decretada antes de ser capturado.
Robert foi preso e enviado para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, denunciado por feminicídio, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver. Em agosto do mesmo ano, o caso dele foi pronunciado a júri popular por decisão do juiz Roberto de Paula (da 3ª Vara de Paço do Lumiar).
O assassino de Alanna não possuía nenhuma passagem pela polícia. De acordo com informações divulgadas pela polícia na época do crime, Jaciane Pereira havia se separado há cerca de dois meses, mas ainda possuía vínculos com Robert, com quem tem outro filho.
No dia do crime, a mãe deixou a criança, irmão de Alanna, na casa dos avós paternos e foi para a entrevista de emprego. Foi assim, de acordo com a polícia, que o assassino soube que a menina estaria sozinha em casa. Em seu depoimento Robert disse, sem expressar arrependimento ou comoção, que foi à casa da vítima com intenção de matá-la, sem contar com auxílio de terceiros para execução do plano.
O caso teve repercussão em todo o estado e no Brasil. Antes de Robert confessar o crime, a própria mãe e o irmão dela, tio de Alanna, foram acusados de envolvimento no caso. Populares queriam promover linchamento e a família não conseguiu participar da despedida a Alanna.