“É muita audácia e também muita burrice anunciar, a poucos dias do segundo turno, que ele pretende virar ditador se ganhar no dia 30”, diz Alex Solnik.
Agora ficou mais claro do que nunca qual o principal projeto de Bolsonaro, caso (Deus nos livre) ele seja reeleito.
O primeiro a tocar no assunto foi seu vice e senador eleito pelo Rio Grande do Sul, general Hamilton Mourão. A seguir, o próprio Bolsonaro admitiu a possibilidade de aumentar de 11 para 15 o número de ministros do STF “se o Supremo não baixar a temperatura”.
Tanto Bolsonaro quanto Mourão infringem, com suas declarações, o artigo da constituição que lista, dentre os crimes de responsabilidade, a ameaça ao livre funcionamento do Poder Judiciário.
É muita audácia e também muita burrice anunciar, a poucos dias do segundo turno, que ele pretende virar ditador se ganhar no dia 30. E um enorme tiro no pé. Os brasileiros, em sua maioria, dizem pesquisas, repudiam a ditadura.
O número de ministros – onze – consta do artigo 102 da constituição federal. Não pode ser alterado – é cláusula pétrea. Somente nas ditaduras Vargas (1930-45) e militar (1964-85) isso aconteceu.
Nunca antes se viu um candidato a presidente e no exercício de mandato presidencial anunciar de forma tão transparente que, se for eleito para um novo mandato, pretende atropelar a constituição e controlar a mais alta corte do Poder Judiciário.
Ou seja: fundar uma ditadura.
Os que ainda pensam em votar nele e prezam por sua liberdade e querem preservar seus direitos estão tendo uma oportunidade para repensar sua escolha.
Não poderão dizer depois que não foram avisados. Pelo próprio candidato a ditador.
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