O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) defendeu, em sua conta no Twitter, a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o acordo entre membros do Ministério Público Federal (MPF) que integram a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, a Petrobrás e o governo dos Estados Unidos, que resultou na criação de uma fundação privada para gerenciar R$ 2,5 bilhões em multas que a Petrobrás teria que pagar pelos prejuízos identificados pela Lava Jato.
“Diante da gravidade dos indícios de crimes envolvendo integrantes do Ministério Público, do Judiciário e da @petrobras na criação de fundação privada p/se apropriar de R$ 2,5 BI do erário público, vamos avaliar a possibilidade de instalação de uma CPI para investigar esses fatos”, escreveu o parlamentar.
Mais cedo, Pimenta já havia afirmado que “a forca-tarefa da #LavaJato no MPF e o juiz Sérgio Moro atuaram DIRETAMENTE para impedir que os detalhes das tratativas com EUA pudessem ser conhecidas e ‘prejudicadas’, em ação deliberada para impedir que delatores revelassem infos das colaborações aos EUA intermediadas por eles”.
Na sequência, o deputado ressaltou a existência de “fatos novos” sobre o episódio da criação da fundação. “Fatos novos indicam que a indústria das delações que envergonha a Justiça brasileira pode ter sido acionada para oferecer delatores aos EUA em troca deste acordo espúrio. Escritórios de advocacia com fortes vínculos com a #LavaJato atuaram para concretizar esse acordo espúrio”, escreveu.
O anúncio da criação da Fundação Lava Jato, que teria como objetivo disseminar práticas contra a corrupção foi duramente criticada por diversos setores da sociedade. Até mesmo a corregedoria da Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu um procedimento para analisar os atos praticados pelos procuradores. Um dos principais alvos da investigação é o procurador Deltan Dallagnol, uma das estrelas da Lava Jato e apontado como articulador e porta-voz da iniciativa.
A ousadia de Dallagnol foi tanta que ele chegou a negociar com a Caixa Econômica Federal (CEF) alternativas de investimento dos R$ 2,5 bilhões. Diante da repercussão negativa do fato, os procuradores optaram por desistir da criação da fundação.