Conscientizar e orientar crianças e adolescentes sobre a Hanseníase de forma clara, acessível e atrativa. Este foi o objetivo dos pesquisadores, ao criarem a revista em quadrinhos ‘Que Mancha é Essa?’. A publicação é fruto da pesquisa ‘Rasthans: Rastreamento de hanseníase em crianças menores de 15 anos nas instituições de ensino públicas e privadas no município de Imperatriz – MA’, coordenada pela farmacêutica Alice Marques Moreira Lima. O projeto contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) para sua execução e utiliza ilustrações coloridas e personagens lúdicos para informar sobre prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.
Alice Marques explica que a abordagem lúdica foi pensada e planejada pelos professores da equipe executora e acadêmicos. “Essa ferramenta poderosa conseguiu aproximar pesquisadores e crianças, promovendo o aprendizado de maneira divertida e acessível. Ao utilizar narrativas visuais e personagens cativantes, os quadrinhos conseguiram traduzir conceitos científicos complexos de forma simplificada, despertando o interesse e a curiosidade das crianças”, frisou.
Integrando as atividades do projeto, além da revista em quadrinhos, foram rastreados casos de hanseníase em crianças e adolescentes com menos de 15 anos. A doença é contagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium leprae e afeta, principalmente, pele, nervos periféricos e mucosas, podendo gerar incapacidades físicas, se não tratada adequadamente.
Neste mês dedicado a ações de enfrentamento da doença – Janeiro Roxo -, a Fapema segue apoiando pesquisas que proponham soluções para combater a Hanseníase. São cerca de 100 estudos neste tema, com recursos da ordem de R$ 1,7 milhão, para fortalecer o combate a enfermidade e contribuir para o diagnóstico precoce.
O presidente da Fapema, Nordman Wall, ressalta que a proposta é mais uma ferramenta para sensibilizar a população, no caso, crianças e jovens, sobre a importância do diagnóstico precoce, do tratamento contínuo e dos cuidados com a saúde. “Neste sentido, a Fapema tem o compromisso contínuo com a ciência e com a saúde da população maranhense, e sabemos que a pesquisa é um pilar essencial para o desenvolvimento de novas terapias, tecnologias de diagnóstico e estratégias de prevenção. Portanto, investimentos em projetos sobre a hanseníase fortalecem e contribuem para o enfrentamento da doença, que é ainda muito estigmatizada”, reitera.
O projeto foi dividido em três eixos principais: Ação de Educação e Saúde, Avaliação Dermato-Neurológica e Visitas Domiciliares. A revista nasce no eixo educativo, tendo como público-alvo alunos de escolas imperatrizenses. Utilizando os quadrinhos, a equipe buscou envolver as crianças de forma lúdica, superando as barreiras do estigma ainda presente sobre a doença. A narrativa visual e informação educativa nesta abordagem se tornam uma ferramenta acessível e envolvente para transmitir conhecimentos de saúde, de maneira clara para esta faixa etária.
O estudo aposta na revista para desmistificar a doença, promover a conscientização sobre seus sintomas, formas de prevenção e tratamento.
A abordagem também contribui para promover a detecção precoce, permitindo que o público e seus familiares reconheçam sinais iniciais da doença e procurem orientação médica com maior rapidez. O projeto incluiu a realização de avaliações dermato-neurológicas em 92 crianças, a fim de identificar possíveis casos da doença.
Como resultado, três crianças com suspeita da doença tiveram diagnósticos confirmados pelos serviços especializados. Na visita domiciliar, testes rápidos foram realizados gratuitamente para rastrear a doença de forma rápida e precisa, tendo sido confirmados dois novos casos.
A hanseníase continua sendo uma preocupação de saúde pública e a combinação de educação, diagnóstico precoce e acompanhamento contínuo trouxe resultados expressivos, ajudando a comunidade a enfrentar essa doença de forma mais informativa e menos estigmatizada. “A Fapema representa um marco no fortalecimento da pesquisa no Estado, impulsionando a produção científica e permitindo que pesquisadores maranhenses desenvolvam projetos, como o RastHans. Seu apoio contínuo é importante para consolidar o Maranhão como polo de pesquisa e inovação no Brasil”, enfatiza Alice Marques.
Ela acrescenta que, além de assegurar a promoção das ações de conscientização sobre a doença, a Fapema auxiliou na implantação de medidas para combater a doença, que impactaram no fortalecimento geral da saúde pública na região. “É indiscutível a importância da Fapema na promoção da ciência e das pesquisas. Em um contexto de contínuas iniciativas de conscientização durante o Janeiro Roxo, a integração entre pesquisa científica, saúde pública e sociedade nunca foi tão evidente e necessária”, reforça Alice Marques.
“O apoio da Fapema viabilizou o projeto, oferecendo as bolsas de apoio aos professores e incentivando a realização de outras pesquisas sobre doenças negligenciadas e de alta prevalência, como a hanseníase”, aponta a enfermeira Maria Margalho, que integra a equipe de professores do projeto.
Alice Marques é farmacêutica, gerente regional do Laboratório Cedro e mestre pelo programa de Pós-Graduação em Saúde do Adulto pela Ufma. Lecionou no curso de Medicina, da Uemasul e possui 15 anos de experiência na área de Análises Clínicas.
Integram ainda o grupo de pesquisa os professores Francisca Jacinta Feitoza de Oliveira Cleuciana Silva Nascimento, Marcelo Hubner Moreira, com apoio da UFMA e Uemasul, além de acadêmicos de Enfermagem e Medicina dessas instituições.
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