Eleito pela primeira vez governador do Maranhão em 2014 (seria reeleito quatro anos depois), Flávio Dino previu a chegada de dias sem nenhum tédio para a presidenta Dilma Rousseff nos meses que viriam. O prognóstico se confirmou, com tons de drama, e desde então o país vive uma rotina de caos. Ele compara o Brasil de hoje a uma montanha-russa permanente sem direito a um tranquilo carrossel. “São tempos tempestuosos, cheios de curvas, loopings, próprios de interregnos históricos.”
Eleito senador no último dia 2 pelo PSB, com 2,1 milhões de votos dos maranhenses (61,4%), Flávio Dino, 54 anos, é mais otimista com o futuro próximo. Tem convicção da vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 30, apesar do processo de violência, propagação de mentiras e gastança do governo Bolsonaro. Para ele, o atual presidente promove gritaria e mentira porque não tem obra nem realizações para mostrar. Assim, foge do debate, porque sabe que a comparação de legados, e de projetos, é amplamente favorável a Lula.
Em entrevista concedida nesta quinta-feira (20), de São Luís, Flávio Dino diz ter certeza de que o resultado eleitoral, apesar das ameaças, será favorável. E que isso deve significar o início de tempos mais calmos, e de outros triunfos. Enquanto ele falava com a RBA, as ruas de Padre Miguel, na zona oeste do Rio de Janeiro, eram tomadas durante ato com a presença de Lula. “Temos a batalha midiática, a linha do programa de televisão, os debates, e temos essa temática das redes sociais. Agora, nada disso substitui o que você chamou de olho no olho.”
“Com a nossa vitória, a gente vai criar condições para unificar e pacificar o Brasil. Espero que nós todos tenhamos um instante de paz com as nossas famílias, até porque também temos uma Copa do Mundo para vencer.”
Confira a entrevista
A 10 dias do segundo turno, como o sr. vê esta reta final, em quadro de aparente equilíbrio, pelo que mostram as pesquisas? E o sr. já viu uma eleição como esta, em uma conjuntura tão conturbada no país?
De fato, uma eleição bastante disputada, com um fenômeno político novo na cena nacional, qual seja uma corrente extremista, de extrema direita, violenta, profundamente enraizada. Isto sem dúvida traz ineditismo a esta eleição brasileira. Porém, considero que o favoritismo do presidente Lula se mantém. É importante sublinhar esse aspecto, uma vez que há uma falsa ideia de que o Bolsonaro vai virar, e que até o dia da eleição vai estar empate… Não concordo com isso, ao contrário, acho é uma margem bem sólida que nós temos, uma convicção muito alta do eleitorado. Evidente que temos que fazer a nossa parte.
Orai e vigiai. Trabalhar muito nestes 10 dias, para que haja presença da população nas ruas, combater as mentiras, fake news, combater a violência, a perseguição religiosa que estão fazendo. Essa gente fascista quer fechar igreja quer coagir líderes religiosos, essa coação de alguns empresários sobre trabalhadores, isso é inaceitável, é crime, inclusive. Temos muitos desafios, mas venceremos.
A Justiça Eleitoral está dando conta de tanta informação que circula, como em 2018? Ontem mesmo, a campanha de Lula ganhou mais de 200 direitos de resposta. Mas todo dia a gente vê algo novo, informação falsa circulando.
De 2018 para cá, a Justiça Eleitoral melhorou muito. Em 2018, era um descontrole total e absoluto, lei da selva mesmo. Agora temos essa assimetria que você menciona. Ou seja, a capacidade de geração de mentiras, agressões, manipulações é muito mais alta do que a capacidade das instâncias de fiscalização. Mas eu vejo um esforço sincero da Justiça Eleitoral. Tivemos uma decisão muito importante do ministro Benedito (Gonçalves, corregedor-geral eleitoral), atendendo a um pedido da nossa coligação, Brasil da Esperança. Vamos mitigando, combatendo.
É importante chegar ao núcleo da indústria da mentira. Que existe, inclusive, na minha avaliação, com uma fortíssima articulação internacional.
Qualquer pessoa que acompanha a cena brasileira sabe que não é esse senhor, Carlos Bolsonaro, Carluxo, que está comandando isso. Não, não é. Na verdade, é uma espécie de Quarta Frota digital. Uma força internacional procurando interferir na soberania brasileira e fraudar a eleição brasileira mediante essa indústria de fake news.
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