Na iminência da cerimônia em que o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, receberá o título de Cidadão Maranhense e a medalha Manoel Beckman na Assembleia Legislativa do Maranhão, marcada para amanhã (21), o deputado estadual Dr. Yglesio Moyses parece estar preparando uma recepção nada amigável para o homenageado. Este evento, que deveria ser uma celebração das contribuições de Cappelli, ex-interventor do Distrito Federal e braço-direito do ex-governador Flávio Dino, está sendo eclipsado pela tensão política no ar.
As homenagens são oriundas dos Projetos de Resolução Legislativa 05/2023 e 08/2023, de autoria dos deputados Rodrigo Lago (PCdoB) e Cláudio Cunha (PL), respectivamente. O gesto de conceder a medalha Manoel Beckman e o título de Cidadão Maranhense a Ricardo Cappelli é uma demonstração pública de reconhecimento por seus serviços prestados. No entanto, o que deveria ser um evento de unidade e reconhecimento pode se transformar em um campo minado de conflitos políticos.
Ricardo Cappelli tornou-se alvo de pesados ataques do deputado estadual Yglesio Moyses (PSB-MA), que, apesar de pertencer ao mesmo partido, acusa Cappelli e o ex-governador Flavio Dino de persegui-lo. Esse conflito teve inicio após Yglesio se recusar a apoiar a candidatura de Dino ao Senado e, em vez disso, expressar seu apoio a Ciro Gomes na campanha do ano passado.
A situação se agravou com a afirmação de Yglesio de que não recebeu recursos do Fundo Partidário e que seu tempo de TV foi prejudicado pela direção estadual do PSB, liderada pelo ex-deputado federal Bira do Pindaré, um aliado de Dino e Cappelli. Além disso, Yglesio conseguiu na justiça eleitoral a autorização para se desfiliar do PSB, sem o risco de perder o mandato, porém a direção do PSB recorreu da decisão da corte maranhense.
As acusações vão além, com Yglesio alegando que membros do PSB falsificaram documentos de uma reunião realizada em 31 de janeiro, que discutia a possibilidade de expulsá-lo do partido. Na ata do encontro, que supostamente ocorreu de forma virtual, consta a assinatura física de Cappelli. No entanto, naquela data, Cappelli estava cumprindo seu último dia como interventor no Distrito Federal. Essas controvérsias adicionam camadas de complexidade à já tensa atmosfera política que cercará a cerimônia de homenagem a Cappelli.
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