O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, ingressou com um pedido junto à Corte para que seja aberto um processo para apurar se o Banco do Brasil teve prejuízos com a suspensão de um comercial que exaltava a diversidade, conforme uma determinação do presidente Jair Bolsonaro. No ofício encaminhado ao TCU, Furtado ressaltou a necessidade de investigar se houve “ingerência destituída de critérios técnicos” que podem ter resultado em prejuízos econômicos à instituição.
“Não há nenhuma justificativa técnica para que a União tenha vetado o comercial que já se encontrava em divulgação. Ao contrário, a motivação é puramente ideológica”, destacou o subprocurador. Segundo ele, houve um “excesso de interferência” por parte de Bolsonaro ao determinar o veto à campanha publicitária.
Bolsonaro justificou o veto à campanha – que mostrava jovens negros, mulheres, pessoas tatuadas e utilizando anéis e cabelos compridos – se deu alegando que “a linha mudou, a massa quer respeito à família, ninguém quer perseguir minoria nenhuma e nós não queremos que dinheiro público seja usado dessa maneira. Não é a minha linha”. A peça, que já estava em circulação, foi retirada de circulação e o diretor de marketing do Banco do Brasil foi demitido.
No ofício, Lucas Furtado também pede que sejam apuradas a atuação de diretores do banco no episódio e para verificar se o ato resultou em efetivo dano ao erário a ser recomposto”. O subprocurador também observa que o veto à campanha pode resultar em prejuízos aos acionistas minoritários.