Uma operação da Secretaria de Estado da Segurança Pública, executada pela Polícia Civil do Maranhão na manhã desta quinta-feira (7) em uma fazenda localizada na comunidade Campina, entre os municípios de Boa Vista do Gurupi e Junco do Maranhão, levou à prisão de quatro indivíduos. Além das prisões, os policiais localizaram e apreenderam um arsenal com nove armas de fogo longas e curtas, coletes balísticos, entre outros itens.
Entre os indivíduos presos na Operação Efesto, como foi denominada, está um homem apontado pela Polícia Civil como autor dos golpes de faca contra um policial militar durante um protesto de posseiros na MA-206, em novembro do ano passado. Contra ele havia um mandado de prisão temporária em razão do ocorrido. No momento da abordagem, foi encontrada uma espingarda calibre 28, o que levou à sua autuação, ainda, por posse ilegal de arma de fogo.
Os outros três indivíduos presos, agora suspeitos de integrarem um grupo de jagunços que atua na região, foram autuados em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e associação criminosa. Eles estavam na fazenda no momento em que os policiais chegaram para realizar as buscas e encontraram forte armamento.
O delegado-geral da Policia Civil do Maranhão, Jair Paiva, explica que desde o ano passado havia uma investigação instaurada para apuração tanto da violência no campo quanto da violência praticada durante o protesto na MA-206 contra o policial militar. O agente foi amarrado, vedado e esfaqueado quando tentou passar a barreira do protesto.
“Os conflitos agrários na região são motivados pela disputa entre a proprietária atual de uma fazenda e famílias que residem na área. A propriedade teria sido vendida para empresários da região sudeste do país, que não quitaram a dívida. Após reaver a posse da área judicialmente, a viúva do proprietário ingressou com medida judicial para retirar as famílias que residiam no local. A violência contra o policial militar foi praticada durante protesto dos moradores”, informou.
Entre o arsenal apreendido durante as buscas na fazenda, estão um rifle calibre 38, dois revólveres calibre 38, cinco espingardas de calibre 12 e 36, uma pistola 380, um par de algemas, dois coletes balísticos, balaclavas (máscara de esqui ou gorro de ninja), dois rádio comunicadores (HTs), três aparelhos celulares e 31 munições calibre 12. A suspeita é de todo o material servia como aparato durante ações criminosas para fazerem os posseiros se evadirem do local.
Na delegacia, questionados sobre as armas, os três indivíduos autuados pela posse delas, entre eles, uma mulher, confessaram que todo o armamento estava sob a posse deles. Ao final dos procedimentos legais, ambos foram encaminhados a uma unidade prisional da região, onde permanecerão à disposição da Justiça.
As investigações continuarão sendo conduzidas pela Polícia Civil do Maranhão a fim de identificar outros indivíduos que estejam envolvidos com o arsenal e suspostamente estejam atuando como jagunços na região. A viúva do proprietário, que reouve a fazenda em razão de não pagamento e proveu pela retirada dos posseiros também deverá ser ouvida.
Quanto ao caso do policial que furou o bloqueio durante o protesto em novembro passado na MA-206 e foi amarrado, vendado e golpeado com facadas, resta um mandado de prisão temporária contra um segundo suspeito a ser cumprido. Os policiais seguirão trabalhando pela captura do indivíduo, considerado foragido.
Participaram das investigações e da Operação Efesto, policiais das superintendências estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), de Polícia Civil do Interior (SPCI), e das delegacias de Nunes Freire, Maracaçumé e Regional de Zé Doca, além do Centro Tático Aéreo (CTA).
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