O deputado vai participar das filiações dos parlamentares recém-chegados ao seu partido e deve, por exemplo, visitar Catolé do Rocha (PB), cidade natal da família de seu pai, o ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM).
Maia será lançado pré-candidato à sucessão de Michel Temer na convenção nacional do DEM, nesta quinta (8).
O movimento busca tirá-lo do 1% de intenção de voto até maio, prazo estabelecido por aliados para Maia alcançar 7% nas pesquisas.
Caso não decole até lá, o deputado deve tentar a reeleição atrás de resultado mais expressivo do que os 53.167 votos que teve em 2014.
Maia diz a aliados que só vai para o enfrentamento presidencial se sentir que tem condições reais de competir. Na hipótese contrária, manterá o desejo de se reeleger presidente da Câmara em 2019.
O DEM vai providenciar avião para que ele viaje sem usar as aeronaves da FAB a que tem direito na presidência da Casa. Pela estratégia de se viabilizar passa a participação em eventos como a festa do Dia do Trabalho.
PAUTA POPULAR
Na Câmara, o deputado foi aconselhado a investir em uma pauta mais popular. Além dos projetos de segurança e economia, pediu que aliados garimpassem propostas na área social.
Maia reuniu no fim de semana apoiadores para fechar o discurso que fará na convenção, na qual o partido pretende mostrar que se reposicionou, saindo da direita para o centro, tentando aliar o discurso de eficiência e enxugamento do Estado ao de maior foco em questões sociais.
Essa área é uma das que compõem o tripé que vai sustentar o discurso dele no evento, junto com o combate à violência e a pauta de recuperação da economia e geração de empregos.
A agenda social está sendo pensada por Marcelo Garcia, ex-secretário de Cesar Maia na área e coordenador do programa de governo de Rodrigo em 2012, quando ele disputou a prefeitura da capital fluminense.
“Existe um deserto conceitual no DEM e no PSDB sobre a questão social no Brasil. Rodrigo quer sair deste deserto”, diz Garcia, que escreve artigos críticos ao governo Temer.
É dele uma das propostas que Maia pretende apresentar na quinta, o seguro social familiar. A proposta unifica o Bolsa Família e um conjunto de pequenos programas dispersos em diversas pastas.
A ideia é remunerar beneficiados pelo Bolsa Família pela mobilidade social e educacional.
“São o esforço e a mobilidade social da família que vão agregar valores ao seguro, e não um movimento ineficiente de aumentar a transferência de renda sem agregar mobilidade que vai garantir, a médio prazo, inclusão social sustentável”, diz Garcia.
A pauta do pré-candidato dará destaque à agenda educacional. Desde o início do governo Temer, o Ministério da Educação está sob comando do DEM.
Maia convidou para a convenção presidentes e lideranças de diversos partidos. Quer mostrar força ao projeto, que hoje conta ao menos com a simpatia do Solidariedade, da cúpula do PP e de partidos como PRB, PHS e PSC —este último estuda a candidatura de Paulo Rabello, presidente do BNDES.
Para vice, o deputado tem conversado com o ex-ministro Aldo Rebelo (PSB). Os dois se tornaram amigos em 2005, quando Maia era líder do DEM e Aldo, presidente da Câmara.
Como o PSB não deve apoiar o DEM, Aldo negocia sua saída do partido e pode ingressar no Solidariedade.