CNN – Para cerca de 65% dos brasileiros, a infecção pela Covid-19 provocou sequelas, que incluem a perda de olfato e do paladar. Os dados são de uma pesquisa nacional chamada Covitel, que avalia, de maneira mais ampla, por telefone fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis.
Ao todo, nove mil brasileiros, de capitais e cidades do interior das cinco regiões do Brasil, foram entrevistados por telefone (fixo e celular).
O questionário trazia perguntas sobre percepção geral de saúde, prática de atividade física, hábitos alimentares, saúde mental e prevalência de hipertensão arterial e diabetes, além de consumo de álcool e de tabaco. Os entrevistados também forneciam informações sobre gênero, faixa etária, raça, escolaridade e situação de trabalho.
Um em cada quatro entrevistados relatou ter infecção por Covid-19 confirmada. Do total de infectados, 8,2% necessitaram de internação, dois terços (64,9%) declararam ter sequelas, e mais da metade (55,1%) afirmou ter mudado algum hábito.
Dentre os infectados, 55,7% relataram morar com alguém que teve a doença e, desse total, 31,7% afirmaram ter se infectado após o início da doença de algum familiar.
Em relação aos tipos de sequelas da doença, a perda de olfato ou paladar foi relatada por 3 em cada 10 pessoas infectadas. Na sequência, problemas musculares foram relatados por 25,5% dos entrevistados; fadiga ou cansaço, por 23,6%; e perda de memória, por 21,3%. Perda de cabelo foi apontada por 19,3% dos entrevistados e falta de ar, por 18,6%. Todas as outras sequelas foram relatadas por menos de 15% da amostra.
Impactos para a saúde
Entre o período pré-pandemia e o 1º trimestre de 2022, houve um aumento de 91,8% entre os brasileiros que avaliam negativamente seu estado de saúde, relatando que está ruim ou muito ruim.
Já o consumo de legumes e verduras caiu 12,5% na população em geral. O que também diminui foi a prática de atividade física, com redução de 21,4% na proporção de pessoas que cumprem o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O levantamento destaca ainda as mudanças na saúde mental, com o diagnóstico de depressão aumentando entre os adultos brasileiros. Ao mesmo tempo, outros índices que vinham melhorando nos últimos anos, como o tabagismo, tiveram a tendência positiva interrompida, se mantendo estagnados.
A pesquisa é desenvolvida pela Vital Strategies, organização global de saúde pública, e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a partir da articulação e financiamento da Umane, com apoio do Instituto Ibirapitanga e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
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