O professor e advogado membro da Associação de Juristas pela Democracia (ABJD), Marcelo Uchoa, diz que no destempero das declarações proferidas nesta sexta-feira (20), Jair Bolsonaro “agiu de maneira homofóbica e transfóbica” e, mais que isso, cometeu crime de responsabilidade ao atentar contra a Constituição Federal.
Não é de hoje que o presidente Jair Bolsonaro vem atentando contra a Constituição em seus princípios fundamentais de proteção à dignidade da pessoa e, naturalmente, contra o decoro exigido ao honroso cargo que ocupa no país. Seu comportamento sabidamente descontrolado, com traços indubitavelmente psicopáticos têm trazido ao país um desconforto internacional, que não apenas lhe prejudica enquanto nação, mas a todos danam, à medida que enlameia o cenário nacional numa perspectiva de incertezas que só pode resultar em prejuízos econômicos gerais e individuais. O fato, porém, de não haver sido interditado mentalmente lá atrás lhe permitiu, por razões múltiplas que não merecem ser destacadas aqui, a galgar postos políticos de relevância e a chegar ao comando da nação. Essa fatídica consequência, por mais que possa não lhe pareça crível (afinal, ao que parece, o presidente se imagina onipotente), não lhe dá salvo-conduto para continuar agindo como se não tivesse responsabilidades com a República.